Editorial, Valor Econômico
Sabe o presidente, que já foi oposição a um governo, que as rígidas regras impostas pela nossa legislação eleitoral aos candidatos parte de uma realidade dada, que é a histórica carga de patrimonialismo do Estado brasileiro. Essa cultura, embora amainada por rígidas leis eleitorais e uma Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) - que sempre, aliás, está sob o bombardeio de Lula e da sua base aliada -, ainda é muito disseminada na política brasileira. Quando era oposição, o PT era o primeiro a apontar o dedo para obras públicas entregues em ano eleitoral como sendo medidas "eleitoreiras" do Executivo do momento. Na Presidência, Lula ataca a lei que serviu ao PT para acusá-la de imobilizar o poder público.
É de se supor que o tradicional uso privado do Estado, que já era comum no país, tenha encontrado terreno mais fértil com a instituição da reeleição para cargos executivos.
O prefeito que está no poder, nesse caso, é o mesmo que vai à televisão e sobe nos palanques para pedir os votos dos eleitores. Se, no passado, sem a possibilidade de reeleição, já se registrava mobilização de recursos públicos para eleger o candidato do prefeito (ou governador, ou presidente), é de se supor que a tentação de administrar os recursos públicos em causa própria seja, no mínimo, maior hoje do que era antes. MAIS
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