segunda-feira, maio 12, 2008

A sorte está mudando
Carlos Alberto Sardenberg

Depois que o presidente Lula concordou em manter as bases da política econômica herdada de FHC - metas de inflação com Banco Central (BC) independente, superávit primário para pagar juros e câmbio flutuante -, não precisou fazer mais nada. O mundo engrenou um extraordinário período de crescimento, com uma demanda global crescente por produtos que o Brasil tinha para exportar. exportações trouxeram dólares abundantes, que se somaram aos investimentos externos, tudo levando à valorização do real, derrubada da inflação e acumulação de reservas, matando vários problemas de uma vez só. Chuvas generosas completaram o serviço. Encheram os reservatórios das usinas e garantiram a energia elétrica necessária para a expansão interna. Com equilíbrio macroeconômico e recuperação do crescimento, o País surfou na onda mundial, um pouco atrás dos campeões, mas sempre ali. Inclusive alcançou os que já haviam recebido grau de investimento.

Agora, porém, a situação está mudando. O mundo está se tornando hostil. Embora o pior da crise financeira nos EUA e na Europa tenha passado, as conseqüências ainda estão em andamento, especialmente a forte desaceleração nos EUA. Enquanto isso, países emergentes que têm puxado o crescimento mundial, como a China em particular, sofrem com o problema contrário: inflação elevada, resultado de economias superaquecidas (excesso de demanda).
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