O 'eu ideal': lulismo = peronismo
Merval Pereira, O Globo
A comparação do lulismo com o peronismo fica cada vez mais forte à medida que o presidente Lula vai exacerbando sua faceta populista e, desprezando a intermediação institucional, acelera a estratégia de ligação direta com o eleitorado com comícios permanentes para o lançamento do PAC, um programa de obras eleitoreiro que passa por cima até mesmo de ícones do petismo, como a ex-ministra Marina Silva, e de questões centrais, como a política para o meioambiente, para concretizar o sonho do Brasil grande, potência mundial, uma obsessão dos governos militares retomada pelo governo do líder sindicalista.
A auto-estima exagerada é um fenômeno psíquico que provoca o sentimento de onipotência que, segundo o psicanalista Joel Birman, faz o seu possuidor acreditar estar acima das regras que o constrangem ou, na linguagem psicanalítica, ser o “eu ideal”, que tem as respostas para tudo. Na política, a auto-estima exagerada pode produzir ditadores ou, no nosso caso, uma versão pós-moderna do caudilhismo latinoamericano.
A centralização das ações políticas em torno da figura do líder é o que faz o PT não ter tido qualquer outro candidato a presidente que não fosse Lula desde 1989 e, depois de quase seis anos de poder, não ter nenhum candidato viável num governo bem avaliado popularmente.
A aventura do terceiro mandato consecutivo está inserida nesse contexto de tentativa de utilizar instrumentos democráticos como os plebiscitos para perpetuar no poder dirigentes com características de caudilho.
É o caso de Hugo Chavez na Venezuela, que veste com perfeição o estereótipo do caudilho, pois, além de ser um líder populista, ainda por cima é militar.
Historiadores consideram que o PT pós-Lula, em vez da saída proposta pelo governador Aécio Neves, de conciliação política com o PSDB para uma espécie de governo de união nacional, pode ter o mesmo destino do peronismo argentino, com diversos grupos disputando o espólio político do lulismo, assim como no peronismo houve espaço para o radicalismo de esquerda dos montoneros e também para o conservadorismo de direita de Menem. LEIA MAIS
A comparação do lulismo com o peronismo fica cada vez mais forte à medida que o presidente Lula vai exacerbando sua faceta populista e, desprezando a intermediação institucional, acelera a estratégia de ligação direta com o eleitorado com comícios permanentes para o lançamento do PAC, um programa de obras eleitoreiro que passa por cima até mesmo de ícones do petismo, como a ex-ministra Marina Silva, e de questões centrais, como a política para o meioambiente, para concretizar o sonho do Brasil grande, potência mundial, uma obsessão dos governos militares retomada pelo governo do líder sindicalista.
A auto-estima exagerada é um fenômeno psíquico que provoca o sentimento de onipotência que, segundo o psicanalista Joel Birman, faz o seu possuidor acreditar estar acima das regras que o constrangem ou, na linguagem psicanalítica, ser o “eu ideal”, que tem as respostas para tudo. Na política, a auto-estima exagerada pode produzir ditadores ou, no nosso caso, uma versão pós-moderna do caudilhismo latinoamericano.
A centralização das ações políticas em torno da figura do líder é o que faz o PT não ter tido qualquer outro candidato a presidente que não fosse Lula desde 1989 e, depois de quase seis anos de poder, não ter nenhum candidato viável num governo bem avaliado popularmente.
A aventura do terceiro mandato consecutivo está inserida nesse contexto de tentativa de utilizar instrumentos democráticos como os plebiscitos para perpetuar no poder dirigentes com características de caudilho.
É o caso de Hugo Chavez na Venezuela, que veste com perfeição o estereótipo do caudilho, pois, além de ser um líder populista, ainda por cima é militar.
Historiadores consideram que o PT pós-Lula, em vez da saída proposta pelo governador Aécio Neves, de conciliação política com o PSDB para uma espécie de governo de união nacional, pode ter o mesmo destino do peronismo argentino, com diversos grupos disputando o espólio político do lulismo, assim como no peronismo houve espaço para o radicalismo de esquerda dos montoneros e também para o conservadorismo de direita de Menem. LEIA MAIS
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