Um novo ciclo de aumento de juros?
Paulo Nogueira Batista Jr., Folha de S. Paulo
O aumento da inflação é um fenômeno que vem ocorrendo em escala mundial e que está associado, principalmente, à alta de preços de alimentos e energia.
Nos EUA, por exemplo, a inflação no varejo, acumulada em 12 meses, subiu de 2,4% para 4% no último ano. Na área do euro, a inflação aumentou de 1,9% para 3,5%. Nos países emergentes, a aceleração foi ainda mais pronunciada nesse período.
O Brasil não escapou à tendência geral. Cerca de metade da inflação acumulada nos últimos 12 meses corresponde à elevação dos preços dos alimentos. Mas é importante notar que a inflação brasileira sofreu aceleração menos intensa do que a observada na maioria dos emergentes.
Entre as principais economias emergentes, só duas apresentam atualmente inflação inferior à brasileira -a Coréia do Sul (3,9% nos 12 meses até março) e o México (4,3% no mesmo período). Todas as demais registram taxas maiores do que a nossa. A inflação da China, por exemplo, está em 8,7%; a da Rússia, em 12,7%; a da Índia, em 5,5%; a da Turquia, em 9,2%; a da Indonésia, em 8,2%.
Temos sido bastante bem comportados em termos de inflação. Nos anos recentes, a inflação brasileira ficou sempre abaixo da média dos países emergentes e em desenvolvimento -e isso acontecerá novamente em 2008. As últimas projeções do FMI, por exemplo, indicam inflação de 4,8% para o Brasil neste ano e inflação média de 7,4% para o conjunto das economias emergentes e em desenvolvimento.
Em suma, não há motivo para afobação. Um novo ciclo de aumento dos juros colocaria em risco o crescimento da economia brasileira. E agravaria as pressões para a valorização do real, contribuindo para solapar a competitividade das exportações e estimular a substituição de produção nacional por importações. ÍNTEGRA
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