quinta-feira, abril 17, 2008

MST apela porque perdeu a razão de existir, diz analista
Fernando Barros de Mello - da Redação

Professor de sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Zander Navarro é um dos principais pesquisadores da atuação do MST. Ex-aliado de movimentos agrários e hoje crítico deles, o autor de "Mobilização sem Emancipação - As Lutas Sociais dos Sem-Terra no Brasil" diz que as invasões são uma forma de o movimento se manter nos holofotes.

FOLHA - Que análise o sr. faz deste "abril vermelho"?
ZANDER NAVARRO - A organização precisa das manchetes para se cacifar junto a outros atores do mesmo campo. Há vários problemas, contudo, que se sobressaem nos anos mais recentes. Primeiro, parte importante das ações são organizadas sobre temas que nem remotamente estão no campo de interesses e reconhecimento dos trabalhadores rurais, indicando manipulação, especialmente de famílias de assentamentos. Há também crescente inquietação com a evidente falta de legitimidade dos dirigentes. São inúmeros os sinais, nesses anos, de que o MST perdeu a sua razão de existência e sua disparatada agenda é o próprio reflexo deste descaminho. MAIS
Até há 30, 40 anos, antes da tecnologia, bastava um pedaço de terra; foice, machado, enxada - as ferramentas eram rudimentares e baratas.
Agora é diferente. Tratores, tecnologia moderna. Coisas que exigem investimento, conhecimento, gestão. E um certo tamanho para o negócio se viabilizar.
Em 10 alqueires (24,2 ha.) não dá mais para viver como antigamente. Por isso a reforma agrária já foi uma boa solução.
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