terça-feira, outubro 30, 2007

Prefeituras contratam com vigor, mas qualidade de serviço público não melhora
Desalento municipal
Editorial, Folha de S. Paulo

EM 2006, os municípios brasileiros empregavam 5,07 milhões de pessoas - 2,7% dos brasileiros e 5,2% da população economicamente ativa.
Desde 2004, o emprego na administração das cidades crescera com vigor (12,3%). Mas não há indício de que essa expansão esteja associada a um avanço na qualidade de prestação de serviços pelos municípios. Pelo contrário.

A pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros, do IBGE, deixa claros a falta de foco na melhora da gestão e o desvirtuamento de prioridades.
Apesar de tanta contratação, apenas um terço das prefeituras tomou medidas para valorizar o magistério. Gastos em organização administrativa e autonomia financeira só ocorreram em 25% e 10% das cidades, respectivamente.
A guerra fiscal entre os municípios é outra preocupação. De acordo com o IBGE, metade das prefeituras no país utiliza algum tipo de incentivo para atrair investimentos privados. De 2004 a 2006, os benefícios mais utilizados foram a doação e a cessão de terrenos, seguidos do abatimento e/ou da isenção pura e simples de impostos e taxas.
A guerra fiscal, cada vez mais acentuada no âmbito de Estados e municípios, é um obstáculo decisivo à reforma tributária, que deveria buscar a unificação de diferentes tributos num imposto sobre valor adicionado (IVA). Infelizmente, pouco avança o entendimento de que outras formas de incentivo ao desenvolvimento regional, tais como investimentos em infra-estrutura e capacitação profissional, podem ser, em médio prazo, mais eficientes do que a guerra fiscal para atrair empresas.
Mas o que mais atrapalha a racionalização dos serviços prestados por prefeituras é a proliferação de municípios inviáveis financeiramente após a Carta de 1988. Mais de mil municípios foram criados desde então, multiplicando custos administrativos -e reduzindo, portanto, investimentos-, quase sempre sem justificativa a não ser o interesse da oligarquia local.
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Também o quê? A prioridade é contratar cabos eleitorais ...

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