sábado, julho 14, 2007

Um poço de águas revoltas: Petrobras
Ronaldo França, Veja
Maior empresa brasileira, com um faturamento anual de 205 bilhões de reais, a gigante Petrobras sempre foi uma presa atraente para as matilhas de corruptos que vivem em busca de negócios fáceis e do dinheiro público. Mas nunca um ataque aos cofres da estatal havia sido revelado e esquadrinhado com detalhes tão impressionantes quanto na semana passada. Quando veio à tona a operação Águas Profundas, da Polícia Federal, o que se viu foi um esquema construído dentro de seus corredores, nos quais os fraudadores circulavam com incrível desenvoltura. Os sócios Mauro Zamprogno, Fernando Stérea, Wladimir Gomes e Simon Clayton formaram a Angraporto especificamente para participar de concorrências na Petrobras e cooptaram funcionários da estatal do petróleo para sangrar seus cofres. Durante quatro anos, a partir de julho de 2003, eles obtiveram vantagens em cinco licitações, cujo valor total chega a 239 milhões de reais, pelo que se sabe até agora. O esquema, embora milionário, é pequeno comparado à média anual dos investimentos da companhia, de 32 bilhões de reais. As licitações nas quais se encontraram provas de irregularidade foram feitas para serviços como reparos em plataformas antigas, construídas na década de 80. O que impressiona é o poder que a quadrilha tinha de interferir em cada detalhe dos editais. A operação pode ser o fio da meada para se chegar a esquemas muito maiores nas entranhas da estatal.
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