Por que Lula age tão frouxamente com o ditador?

Ora, porque no fundo partilha a mentalidade autoritária do próprio. Talvez lamente não poder tomar aqui as medidas que o amigo toma no país vizinho. E não pode porque a sociedade brasileira é mais heterogênea e complexa que a venezuelana, não porque o impeça o zelo pela democracia e pelas instituições republicanas.

O partido fundado por Lula é autoritário desde a origem, embora da boca para fora fosse, por exemplo, crítico do comunismo soviético.

Na sua prática, no seu modo de ser e de agir, os petistas apenas recolhem os piores traços do comunismo. Desprezam a democracia, por eles considerada apenas um instrumento de ocasião, um meio, jamais um fim. Sempre negaram, em seus documentos, que a democracia constitua um valor universal. E sentem repugnância pela imprensa, que muitos deles gostariam de ver nas mãos do Estado.

Impedidos de confiscar a mídia, criam sua própria televisão estatal, que eufemisticamente denominam "pública". A capitaneá-la, um velho militante comunista.

Na política, os petistas não tratam seus críticos como adversários, mas como inimigos. Se você não pensa como eles, é inimigo, é alguém a combater e destruir.

Seu ódio ideológico é similar aos dos fundamentalistas de qualquer religião em relação aos hereges. Esta é a escola de Lula, este é o seu partido, frutos mais exuberantes da ditadura civil-militar de 1964.

O ex-líder sindical e seu partido eram contra a ditadura "dos outros", mas almejavam estabelecer a sua própria, dita socialista. Felizmente, para sorte do país, algo deu errado no meio do caminho.

Blog do professor Orlando Tambosi