TRANSPARÊNCIA BRASIL
FOLHA - Depois do mensalão e dos sanguessugas, esse novo escândalo da Operação Navalha traz novidades em seu modo de operação?
CLAUDIO WEBER ABRAMO, da Transparência Brasil - Não. O mecanismo exibido é basicamente o mesmo de sempre: uma empresa ou grupo de empresas paga propinas a agentes públicos (eleitos ou nomeados) para que licitações sejam direcionadas em seu favor. Por vezes, isso é associado à introdução, no Orçamento, de emendas que definem a execução de determinadas obras ou a compra de determinados bens, como as ambulâncias dos sanguessugas. Nesses casos, os parlamentares envolvidos agem como intermediários, tanto na definição das emendas quanto depois, na chamada "liberação", ou seja, aprovação administrativa da compra. O administrador público do órgão que realiz a a despesa - um ministério, uma secretaria estadual, uma prefeitura- é quem de fato materializa a operação, ao realizar a licitação, que é direcionada, ao não fiscalizar a execução da obra etc. Em suma, o processo é sempre o mesmo. Observe-se que os parlamentares envolvidos são intermediários de uma operação que é necessariamente realizada pelo Executivo, seja federal, estadual ou municipal. ÍNTEGRA DA ENTREVISTA
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