Estado subsidia igrejas via isenção fiscal, diz economista
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Segundo Marcelo Néri, isenção perpetua influência religiosa nas comunidades mais carentes
O economista Marcelo Néri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que o Estado subsidia as igrejas por meio da isenção fiscal. “A renúncia fiscal de alguma forma é um subsídio, porque a igreja faz o que o Estado não faz”, diz o economista, autor de um estudo que analisa as doações às igrejas.
O economista Marcelo Néri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que o Estado subsidia as igrejas por meio da isenção fiscal. “A renúncia fiscal de alguma forma é um subsídio, porque a igreja faz o que o Estado não faz”, diz o economista, autor de um estudo que analisa as doações às igrejas.
Segundo Néri, a isenção fiscal a entidades religiosas perpetua a influência religiosa nas comunidades mais carentes, justamente as que mais contribuem com os dízimos.
Dados da Receita Federal mostram que a atividade religiosa gerou uma receita de R$ 9,1 bilhões em 2004 (último dado disponível), com uma renúncia fiscal equivalente a R$ 554 milhões naquele ano.
“O dízimo é pago principalmente pelos pobres em áreas onde há forte ausência do Estado – classes C e D, que vivem nas periferias das grandes cidades. Com a renúncia fiscal, o Estado não só subsidia, como incentiva esta atividade”, afirmou em entrevista à BBC Brasil. É justamente nestas áreas, diz o economista, que as igrejas estão crescendo mais.
"Concorrência predatória"
Além de atuarem como substitutos do Estado, Néri diz que as igrejas fazem concorrência predatória nas áreas em que atuam, por não pagarem impostos. “É uma concorrência predatória, como a do setor informal”, compara. “Só que, neste caso, com a concordância do Estado”, afirma. Como exemplo, ele cita o caso de um salão de festas de uma igreja e um outro de uma empresa de buffets: o espaço alugado pela igreja não paga imposto, enquanto o da empresa privada paga, mesmo que os dois tenham sido alugados com a mesma finalidade de promover uma festa particular. LEIA MAIS
Dados da Receita Federal mostram que a atividade religiosa gerou uma receita de R$ 9,1 bilhões em 2004 (último dado disponível), com uma renúncia fiscal equivalente a R$ 554 milhões naquele ano.
“O dízimo é pago principalmente pelos pobres em áreas onde há forte ausência do Estado – classes C e D, que vivem nas periferias das grandes cidades. Com a renúncia fiscal, o Estado não só subsidia, como incentiva esta atividade”, afirmou em entrevista à BBC Brasil. É justamente nestas áreas, diz o economista, que as igrejas estão crescendo mais.
"Concorrência predatória"
Além de atuarem como substitutos do Estado, Néri diz que as igrejas fazem concorrência predatória nas áreas em que atuam, por não pagarem impostos. “É uma concorrência predatória, como a do setor informal”, compara. “Só que, neste caso, com a concordância do Estado”, afirma. Como exemplo, ele cita o caso de um salão de festas de uma igreja e um outro de uma empresa de buffets: o espaço alugado pela igreja não paga imposto, enquanto o da empresa privada paga, mesmo que os dois tenham sido alugados com a mesma finalidade de promover uma festa particular. LEIA MAIS
Marcadores: Religião
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