DA CAÇA AO CULTIVO DA TERRA: AS ORIGENS DA AGRICULTURA (1)
Os últimos 10 mil anos, quando prevaleceram as atuais condições climáticas, são apenas a última de uma dezena ou mais de fases que interromperam a Idade do Gelo. Este período assistiu a uma explosão sem precedentes do número de seres da espécie humana e seu impacto do mundo.
No ano 8000 a.C. havia ainda apenas pequenos bandos de homens que caçavam e colhiam, com estilo de vida pouco diferente de seus predecessores de até 100 mil anos antes.
Mas, nos 2 mil anos seguintes vilarejos consideráveis surgiram em certas regiões; nos 2 mil anos subseqüentes, já havia cidades; 2 mil anos mais tarde as cidades-Estados viraram impérios; 2 mil anos depois, bases tecnológicas foram estabelecidas, para realizações que nos mais recentes 2 mil anos incluíram imprensa, energia atômica e a primeira ida do homem à Lua.
Esta aceleração ao desenvolvimento humano pode ser atribuída ao início da agricultura – a alteração deliberada de sistemas naturais para promover a abundância de uma espécie ou conjunto de espécies.
Cereais são os principais alimentos que sustentaram o crescimento populacional desde a última Idade do Gelo. A produção dos cereais cultivados tornou possível o estabelecimento de comunidades humanas maiores e pela primeira vez permitiu povoamentos que podem ser descritos como vilarejos ou cidades.
Como a produção vinha de uma área limitada, era possível sustentar uma população crescente convertendo mais terras ao cultivo. E a produtividade podia crescer graças a técnicas intensivas, como a introdução de terraços em encostas íngremes ou a irrigação.
A agricultura intensiva requer alto nível de organização social e política, e existia uma tendência natural para o desenvolvimento de sociedades mais complexas à medida que a população crescia.
As mudanças ocorreram de maneira independente em diversas partes do mundo, mas antes e com maior importância no Oriente Próximo, China, América Central e Peru.
Ao menos três grupos principais de cereais eram cultivados, cada um se tornando cultura de subsistência e provocando mudanças sócio-econômicas essenciais.
No Oriente Próximo, estendendo-se para Europa e confins da Índia, trigo e cevada constituíam a base da vida nos vilarejos e cidades.
No outro extremo da Eurásia, na China, o painço era cultivado. Painço e arroz (cultivado no Sudeste Asiático) sustentaram as comunidades florescentes da Índia e Extremo Oriente até a atualidade.
Na América Central e Peru, o milho era o principal cereal. Ao se desenvolver de sua minúscula forma primitiva para o tamanho atual tornou-se capaz de sustentar as civilizações sucessivas das Américas Central e do Sul. E o sucesso do novo estilo de vida induziu a mudanças fundamentais, na economia e nas ordens social, tecnológica e ideológica. (continua)
Os últimos 10 mil anos, quando prevaleceram as atuais condições climáticas, são apenas a última de uma dezena ou mais de fases que interromperam a Idade do Gelo. Este período assistiu a uma explosão sem precedentes do número de seres da espécie humana e seu impacto do mundo.
No ano 8000 a.C. havia ainda apenas pequenos bandos de homens que caçavam e colhiam, com estilo de vida pouco diferente de seus predecessores de até 100 mil anos antes.
Mas, nos 2 mil anos seguintes vilarejos consideráveis surgiram em certas regiões; nos 2 mil anos subseqüentes, já havia cidades; 2 mil anos mais tarde as cidades-Estados viraram impérios; 2 mil anos depois, bases tecnológicas foram estabelecidas, para realizações que nos mais recentes 2 mil anos incluíram imprensa, energia atômica e a primeira ida do homem à Lua.
Esta aceleração ao desenvolvimento humano pode ser atribuída ao início da agricultura – a alteração deliberada de sistemas naturais para promover a abundância de uma espécie ou conjunto de espécies.
Cereais são os principais alimentos que sustentaram o crescimento populacional desde a última Idade do Gelo. A produção dos cereais cultivados tornou possível o estabelecimento de comunidades humanas maiores e pela primeira vez permitiu povoamentos que podem ser descritos como vilarejos ou cidades.
Como a produção vinha de uma área limitada, era possível sustentar uma população crescente convertendo mais terras ao cultivo. E a produtividade podia crescer graças a técnicas intensivas, como a introdução de terraços em encostas íngremes ou a irrigação.
A agricultura intensiva requer alto nível de organização social e política, e existia uma tendência natural para o desenvolvimento de sociedades mais complexas à medida que a população crescia.
As mudanças ocorreram de maneira independente em diversas partes do mundo, mas antes e com maior importância no Oriente Próximo, China, América Central e Peru.
Ao menos três grupos principais de cereais eram cultivados, cada um se tornando cultura de subsistência e provocando mudanças sócio-econômicas essenciais.
No Oriente Próximo, estendendo-se para Europa e confins da Índia, trigo e cevada constituíam a base da vida nos vilarejos e cidades.
No outro extremo da Eurásia, na China, o painço era cultivado. Painço e arroz (cultivado no Sudeste Asiático) sustentaram as comunidades florescentes da Índia e Extremo Oriente até a atualidade.
Na América Central e Peru, o milho era o principal cereal. Ao se desenvolver de sua minúscula forma primitiva para o tamanho atual tornou-se capaz de sustentar as civilizações sucessivas das Américas Central e do Sul. E o sucesso do novo estilo de vida induziu a mudanças fundamentais, na economia e nas ordens social, tecnológica e ideológica. (continua)
FONTE: Atlas da História do Mundo – Times Books/Folha de S. Paulo – pág. 38
PS: A agricultura, por razões óbvias, é a mais importante tecnologia desenvolvida pelo homem. Foi a agricultura que possibilitou o crescimento da população e o aparecimento das cidades, ou seja, da civilização. Conhecer a história da agricultura é, pois, de grande valia para conhecer a história do homem.
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