Enchentes urbanas: é possível evitá-las
Geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos
Há, sim, solução para as enchentes metropolitanas. Faltam apenas maior responsabilidade pública e respeito à população.
Para um exitoso enfrentamento das enchentes ... três frentes concomitantes e complementares de trabalho.
1) Aumento da capacidade de vazão das drenagens naturais e construídas (bueiros, galerias, córregos, rios), por meio de sua ampliação (como no caso do Tietê) e de seu constante desassoreamento e limpeza.
2) Drástica redução dos processos erosivos que ocorrem especialmente na zona periférica de expansão urbana e do lançamento irregular de entulho da construção civil e do lixo urbano. A erosão implica hoje o aporte de mais de 3,5 milhões de metros cúbicos anuais de sedimentos para o interior de córregos e rios, reduzindo em muito sua capacidade de vazão (até hoje as administrações públicas têm unicamente agido sobre as conseqüências da erosão e do lançamento irregular do lixo e do entulho por meio do bilionário e interminável desassoreamento dos rios, sendo desde há muito preciso trabalhar sobre as causas, sobre as áreas-fonte dos sedimentos e dos resíduos urbanos).
3) Aumento da capacidade de retenção superficial e subsuperficial das águas de chuva, evitando que elas cheguem tão rapidamente e em grande volume às drenagens, medida de implementação essencial, mas que não deve continuar a ser proporcionada por meio dos deletérios piscinões (hoje vendidos como a panacéia para todos os males, mas geradores de graves problemas para as comunidades de entorno).
A maior retenção de águas de chuva pode ser alternativamente conseguida pela soma de uma série de medidas de fácil execução, como pequenos e médios reservatórios domésticos e empresariais, calçadas, valetas, sarjetas, tubulações e pátios drenantes, poços e trincheiras de infiltração, parques lineares, intenso plantio de médios e pequenos bosques florestados (uma área florestada tem a capacidade de reter até 80% do pico de uma chuva intensa). LEIA MAIS
1 Comments:
Sinceramente Tião. Acho que esse é um problema sem solução para as grandes cidades. Pois o que se vê hoje nos grandes centros urbanos é concreto e asfalto. O sujeito compra um lote, edifica uma casa e tome piso no quintal todo, não deixa um metro de grama para absorver a água da chuva. Aí vem uma chuva forte a água não tem para onde ir acaba alagando tudo. Fica fácil jogar a culpa nos governantes, São Pedro, etc.
Quando sabemos que o responsavel somos nós, a sociedade como um todo. É aquele ditado "quem planta, colhe". Estamos pagando pelos nossos erros.
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