segunda-feira, fevereiro 12, 2007

DOENÇA HOLANDESA E VÔO CURTO DO PAC
Na última semana, o debate dentro do governo, diante da contínua apreciação do real, que ameaça cair abaixo de R$ 2, mostrou o vôo curto do PAC e a perversidade da ortodoxia convencional.
Dada a taxa de juros real astronômica que é imposta aos títulos públicos, o Banco Central não pode intervir comprando no nível necessário na taxa de câmbio. Esta, por sua vez, tende a se manter sobreapreciada devido à taxa de juros elevada que atrai capitais, à política de crescimento com poupança externa e, principalmente, à doença holandesa.
Esta última [doença holandesa] pressiona a taxa de câmbio para baixo, na medida em que a produção de bens usando recursos naturais abundantes e/ou mão-de-obra barata é rentável com uma taxa de câmbio menor do que a necessária para o crescimento.
A taxa de câmbio decorrente garante as exportações de produtos primários e de bens produzidos por uma indústria que vai se transformando em "indústria maquila", que se limita às tarefas com baixo conteúdo tecnológico e baixo valor adicionado per capita.
Fica, assim, impossibilitado o desenvolvimento que exige a transferência de mão-de-obra para indústrias com maior valor adicionado per capita, que, para serem viáveis, exigem uma taxa de câmbio não prejudicada pela doença holandesa. LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, NA FOLHA
Retorno ao Brasil colônia produtor de açucar com mão-de-obra barata?

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