quarta-feira, janeiro 31, 2007

VENEZUELA NÃO APROVEITA RENDA DO PETRÓLEO PARA DESENVOLVER PARQUE PRODUTIVO; PODERIA SE TRANSFORMAR NUMA POTÊNCIA, NÃO FOSSE O POPULISMO

O petróleo empurra perto de 70% do PIB, representa mais de 90% das exportações e paga todas as contas do governo, não se forma uma sociedade organizada naqueles moldes clássicos do capitalismo, mesmo em sua versão dependente.
Entre 1900 e 1977, a renda per capita da Venezuela foi a que mais cresceu em toda América do Sul - única e exclusivamente por causa do petróleo.
A maioria dos economistas estima que o aparato produtivo venezuelano é tão precário que só consegue absorver 4% do dinheiro do petróleo, o que gera uma economia parasitária, com surtos incontroláveis de consumo, que pressionam por importações que impedem a formação de uma indústria local e transformam a iniciativa privada num clube de amigos. Hoje, importa-se até os biscoitos à venda no Mercal, os supermercados populares subsidiados pelo governo. O açúcar desaparece com freqüência.
Com esse crescimento de 10% ao ano desde 2003, a Venezuela poderia transformar-se numa potência sul-americana, caso a janela do mercado internacional permitisse. A maioria dos observadores locais duvida disso em função do viés político do governo. Chávez produz uma diplomacia que subsidia países que se alimentam do petróleo bolivariano, como Cuba, Equador, Bolívia, Nicarágua. Seria uma futilidade ideológica se não incluísse hostilidades permanentes em direção ao Primeiro Mundo, onde se encontram capitais e cérebros indispensáveis para um salto de envergadura. O resultado é que todo mundo quer ganhar dinheiro na bolha de consumo da Venezuela de Chávez, mas a taxa de investimentos segue uma das mais baixas da região

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