SOBRE O MEDO DE CRESCER. POR QUE NÃO MUDAR A POLÍTICA ECONÔMICA?
O que impede o país de alterar o fluxo de riqueza entre os agentes ou segmentos econômicos no curto prazo, privilegiando a produção e o consumo? E fazendo destes os elementos indutores do crescimento e do desenvolvimento?
Em termos objetivos, não existe nenhuma razão para não se proceder a mudança da política econômica.
Excetuando-se a situação da taxa de câmbio valorizada, todos os demais indicadores econômicos macro são positivos.
Taxa de inflação próxima à metade da meta, bom desempenho das exportações mesmo com taxa de câmbio valorizada, reservas monetárias consideráveis, endividamento externo desprezível e déficit real do setor público sob controle.
Jamais o país se encontrou em uma situação econômica semelhante desde 1822.
O único argumento esgrimido pelos defensores da política econômica atual é a ameaça de uma aproximação da inflação à meta decorrente de uma flexibilização da política monetária.
Pois bem, é perfeitamente adotar a flexibilização e, caso a inflação volte a crescer, seja feita a reavaliação da estratégia. Que pecado ou risco esta perspectiva traria para o país? Nenhuma. (Valor Econômico, por Claudio Salvadori Dedecca, economista e pesquisador do Centro de Estudos de Economia Sindical e do Trabalho (Cesit), da Unicamp.)
Uma explicação está na coalizão política atual, formada por banqueiros, rentistas e movimentos sociais. Pra eles está bom assim.
Quem reclama da falta de crescimento são agricultores, industriais e a classe média - que estão fora da atual coalizão.
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