O desenvolvimento é um processo em que parte da população, que pode e deseja trabalhar (força de trabalho), aplica a sua energia ao estoque de capital existente (fábricas e infra-estrutura, resultados do trabalho "cristalizado" do passado) para gerar bens e serviços (Produto Interno Bruto). Uma vez produzido, o PIB é reconduzido ao processo produtivo como consumo (que volta para a população) ou como investimento (igual à poupança que, por definição, é o que não foi consumido) para repor o estoque de capital utilizado no processo produtivo (depreciação) e aumentá-lo.
Maior consumo presente implica menor investimento presente e, portanto, menor aumento do estoque de capital e, também, menor aumento do consumo no futuro.
Sem o aumento da relação produto/capital, há efetiva e real contradição entre o desejo de crescer mais depressa (desenvolvimento econômico) e o desejo de consumir mais depressa (desenvolvimento social). É este o dilema que a sociedade enfrenta politicamente nas urnas, quando escolhe o seu governo.
E cabe a ela (sociedade), também, a responsabilidade pelo "custo" futuro de tais decisões. No limite, a pressa para eliminar a desigualdade sem um aumento de relação produto/capital (ou seja, da eficiência econômica) levará a maior pobreza das gerações futuras.
Não pode haver dúvida. Para melhorar no longo prazo o bem estar da sociedade, a escolha por maior pressa distributiva exige, simultaneamente, maior pressa e empenho político: 1) na educação da força de trabalho; 2) na reforma das instituições; e 3) na apropriação de nova tecnologia.
Eis um boa aula de economia, leia mais no Valor Econômico, pelo professor Delfim Netto.
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