Hugo Chávez ainda prefere os sonhos à realidade
Hugo Chávez e o que ele representa são um perigo sério para a estabilidade, a prosperidade e a democracia na América do Sul. O governo brasileiro não vê ou não quer ver que cada abraço de urso do "muy amigo" é seguido de uma punhalada nas costas.
O que o presidente venezuelano a caminho de ser ditador ressuscitou é um zumbi político. Nada existe de consistente no "socialismo bolivariano" que ele propõe, a não ser a centralização do poder político e econômico nas próprias mãos.
Nada existe em suas propostas que possa significar a médio e longo prazo uma diminuição da pobreza na Venezuela (que aumentou em 8% nos seus anos de governo).
Chávez pratica um tipo de populismo que pode ser comparado, em alguma medida, ao que fez outro colega coronel 60 anos atrás, Juan Domingo Perón, na Argentina: é comprar o voto das massas através de políticas assistencialistas que só perpetuam a dependência do Estado e aliviam um pouco a miséria, sem jamais erradicá-la.
O caudilho venezuelano esbanjou dinheiro do petróleo da mesma maneira que outros países o fizeram (há muitos exemplos no Oriente Médio, na África e na Ásia Central): sem criar estruturas que permitam ao país diversificar a economia ou diminuir a própria dependência das vendas do petróleo. Em termos econômicos, é uma visão simplista e de curto prazo.
(...)
Outro elemento inalienável nesse "inconsciente" popular é a idéia de que sempre há um inimigo responsável pelo percebido atraso e abismos sociais. No caso de Chávez, são os Estados Unidos, país com o qual ele manteve até agora as melhores relações comerciais possíveis, desfrutando na prática de um tratado de comércio bilateral que ele execra no caso de outros países latino-americanos (no caso do Brasil, o tal inimigo são "as elites", nunca claramente definidas, mas sempre mencionadas). WILLIAM WAACK
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