sábado, janeiro 27, 2007

Crescimento baixo é assassinato em massa, diz Gerdau
Folha de S.Paulo - dos enviados a Davos

Transformado em apóstolo do crescimento econômico e em principal estimulador do PAC, Jorge Gerdau Johannpeter dispara:

"O crescimento médio de apenas 2,5% ao ano, nos últimos 20 anos, eqüivale a um assassinato em massa, de responsabilidade das elites políticas, empresariais, acadêmicas e sindicais".

Gerdau, 71, presidente e executivo-chefe da Gerdau S/A, uma das maiores exportadoras de aço do Brasil, fala em assassinato porque acredita que o baixo crescimento é a mãe da criminalidade que tomou conta do Brasil em 20 anos de medíocre desempenho econômico.
Enquanto Lula debatia América Latina com o presidente mexicano Felipe Calderón, Gerdau era ouvido com reverência por colegas: "Foi preciso encher o saco do Lula para sair o PAC".Aliás, é sintomático que Lula, em discurso que fez pela manhã aos empresários reunidos em Davos, tenha dito algo parecido ao que Gerdau dissera à Folha.Considerou que os investimentos previstos no PAC para habitação e saneamento deveriam dirigir-se prioritariamente às regiões metropolitanas, onde estão os "núcleos da violência", como conseqüência da "desagregação da sociedade".
O PAC basta para brecá-lo? Claro que não, disse Gerdau, que acha que o plano envia um sinal importante de mudança de rumo.
O empresário é um apóstolo de métodos de gestão. Ele vem fazendo insistentes sugestões ao presidente Lula com o objetivo de os verem aplicados.O primeiro deles foi na área da Previdência, não implementado até agora.Para Gerdau, o Brasil deveria adotar um certo PDCA, iniciais em inglês de planejar, fazer (o "d" é de "do"), checar e agir. Reclama que, "culturalmente, o Brasil não tem o hábito de checar".Confunde, completa, a checagem com reclamação quando é apenas "apoio para fazer melhor".
Gerdau acha que Lula tem que assumir o "cê" de checar, sob pena de o PAC malograr na execução.É rigorosamente a mesma opinião de Alain Belda, marroquino naturalizado brasileiro e presidente da empresa norte-americana Alcoa.Belda diz que o debate macro-econômico já foi superado no Brasil e, que, agora, se trata da parte mais difícil, que é a micro-econômica. Esta exige "marcação homem a homem", para superar os entraves políticos, corporativos e burocráticos.Só uma pessoa está em condições de exercer esse papel, acha o presidente da Alcoa. Chama-se Luiz Inácio Lula da Silva. Belda conta que trocou mensagens com Tarso Genro, coordenador político, para dizer-lhe que Lula, "se pegar o cacife político que tem e tocar a briga homem a homem, as coisas poderão funcionar".
***
PDCA - método de gestão introduzido inicialmente no Japão
  • Plan (planeamento) : estabelecer missão, visão, objetivos (metas), procedimentos e processos (metodologias) necessárias para o atingimentos dos resultados.
  • Do (execução) : realizar, executar as atividades.
  • Check (verificação) : monitorar e avaliar periodicamenteos resultados, avaliar processos e resultados, confrontando-os com o planejado, objetivos, especificações e estado desejado, consolidando as informações, eventualmente confeccionando relatórios.
  • Act (agir) : Agir de acordo com o avaliado e de acordo com os relatórios, eventualmente determinar e confeccionar novos planos de ação, de forma a melhorar a qualidade, eficiência e eficácia, aprimorando a execução e corrigindo eventuais falhas. (LEIA MAIS NA WIKIPÉDIA)

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