domingo, dezembro 10, 2006

PROJETOS CULTURAIS DE SOCIALITE LEVA MAIS DINHEIRO QUE PESQUISA E EDUCAÇÃO
Vinicius T.Freira, na Folha: "Neste país" de cinemas e teatros com nomes de bancos e bancos com nomes como Kandinsky Dali Personality Premium, ou uma tigrada dessas qualquer, parte do mecenato privado é bancada pelo governo.
"Projetos culturais" e muita "responsabilidade social" socialite levam "apoio" de empresas, não da pessoa física.
É mais fácil reduzir a conta do imposto. Ainda mais fácil é o subsídio na veia. Sim, trata-se de privatização à matroca de fundos públicos. O caldo da cultura sugado pelo marketing privado é bancado pelo crioulo, direta ou indiretamente.
A lei da cultura criou uma nova geração de cracas nas paredes do Estado, como ocorreu com ONGs, organizações sociais, empresas de publicidade etc. As cracas sugam dinheiro público escasso por meio dessas parcerias público-privadas obscuras.
Em 2005, foram R$ 677 milhões pelos canos da Lei Rouanet. Foi menos de 0,2% da receita federal disponível. Mas foi o orçamento da Embrapa, a empresa de pesquisa da tecnologia agropecuária, que sustenta a maior parte do saldo do comércio externo do país.
A Capes gastou menos do que isso para bancar metade das bolsas de pós-graduação do país. O dinheiro federal para complementar a miséria per capita gasta em educação básica não tem passado de R$ 400 milhões anuais.
Para quem vai o dinheiro? Cerca de dois terços fica no eixo Rio-SP. Um supersucesso do cinema nacional é visto por 3 milhões de pessoas, 1,5% da população. Quase tudo no Brasil acaba na mão do 1,5% mais rico e bem relacionado.
O pior problema cultural do país é a imensidão de pessoas que não sabe ler ou fazer regra de três. Isso não quer dizer que se deva, sem mais, passar a faca na lei da "cultura" e destruir empreendimentos.
Negócios com verba pública. É preciso saber o quanto rendem para o interesse público, se rendem." ÍNTEGRA
Google
online
Google