Para o lado
Editorial da Folha sobre a falta de crescimento
Trechos:
"A ECONOMIA brasileira está prestes a completar 26 anos marchando para o lado. A coleção de resultados medíocres colhidos ao longo do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva será completada sem surpresas em 2006.
A estagnação da indústria no terceiro trimestre, atestada por dados do IBGE na terça-feira, rebaixou para 3% o teto das projeções para o crescimento do PIB neste ano.
No campeonato da mediocridade, Lula poderá vangloriar-se de, durante seu primeiro período no Palácio do Planalto, o país ter crescido em média três décimos de ponto percentual por ano a mais do que nos oito anos sob Fernando Henrique Cardoso.
Este poderá redargüir, dizendo que o que vale é a comparação entre os dois primeiros mandatos -e aí a diferença desaparece.
Quando a renda por habitante de um país pobre, desigual e populoso como o Brasil não cresce nem 1% ao ano, é de uma tragédia social que se trata.
O câmbio sufoca parcela significativa da indústria doméstica há tempos. Existem setores, como o calçadista e o têxtil, que enfrentam severa recessão. Mas os analistas que ainda não admitem o efeito deletério do real valorizado para a economia argumentam que a massa salarial está crescendo e impulsionando o consumo dos brasileiros.
É verdade, mas uma das alavancas desse movimento é o gasto público.
Se o consumo cresce, mas a indústria local não acompanha o ritmo, então os bens importados passam a ocupar espaço crescente no país.
Se a despesa pública é um dos esteios do consumo que, por sua vez, redunda em crescimento das importações, então o governo federal está usando dinheiro dos impostos recolhidos aqui para criar empregos no exterior.
Conhecemos o roteiro e sabemos que não acaba bem." ÍNTEGRA
Comentário. As serrarias de Itapeva estão passando por forte crise. "Em 11 anos de atividade, nunca vi coisa igual" me disse um empresário do setor. É um setor que emprega muita gente - em toda cadeia produtiva. A crise é atribuída à desvalorização do dólar, grande parte da produção é exportada. "O custo com salário, energia, madeira só sobe, mas a receita cai com o dólar. Aí a conta não fecha".
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