sexta-feira, novembro 24, 2006

DA LEITORA DENISE LOURENÇO

Sobre matéria da Folha do Sul sobre plantio de cana-de-açucar na região (
ver postagem aqui)

"Como assim 'sem impacto social negativo'?

Piracicaba (e região) é tomada por cana que, enquanto monocultura é geradora de zilhões de problemas ecológicos e ambientais. Temos clima desértico (durante o dia 30 graus, durante a noite um vento frio), fuligem de cana (é proibida a queima, mas ninguém liga), acabaram todas as cachoeieras, e as matas ciliares, todos os rios secaram ou foram poluídos, as pessoas arrendam suas terras e vêm para a cidade para morar em favelas, pedir nas ruas, etc...

Talvez não tenha impacto social pra você, senis à beira da morte, porque para as novas gerações, com certeza o impacto negativo será imenso...

Vocês têm que entender que a biodiversidade desta região já foi completamente estuprada e que instalar usina de cana numa região que planta grãos é quase um assassinato da cultura e da história do nosso povo.

Se os grãos não estão rendendo, desenvolvamos políticas para incentivar o agricultor, a agricultura familiar (é isso o que tentam fazer os Esalquianos da USP em Piracicaba, tentando reverter a estupidez que foi optar no passado pela mocultura canavieira).

O que vocês querem fazer é um absurdo, transformar o lavrador em favelado e trazer gente de fora que cobra ainda mais barato (como acontece em todos os lugares onde a cana está - aumenta o número de pessoas que lotam ônibus em condição desumanas no norte e nordeste para vir trabalhar aqui e ganhar 400 reais pela colheita toda e ainda desemprega nosso lavrador.

Mas diriam...Essa cidade é desenvolvida por causa da cana. Outro não! Essa cidade é desenvolvida porque tem 2 Universidades e 2 faculdades. A cana gera dinheiro para o usineiro, sem dúvida, para o povo não!"

Denise Lourenço(Blog Prexus)

Comentário. Piracicaba é o 4° maior produtor de cana do Brasil, segundo o
IBGE.

Comparemos os dados sociais (
Fundação Seade) de Itapeva com os de Piracicaba

Mortalidade infantial
Itapeva - 25,92 mortes por mil nascimentos
Piracicaba - 11,81
Estado SP - 13,44

Índice Paulista de Responsabilidade Infantil (IPRS), que classifica os municípios paulistas em 5 grupos, levando em consideração as dimensões riqueza, longevidade e escolaridade
Piracicaba - estava no primeiro grupo e caiu para o grupo 2, em 2002
Itapeva - permaneceu no grupo 5 (o último e pior grupo)

IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
Piracicaba - 0,836
Estado SP - 0,814
Itapeva - 0,745

Os indicadores de Piracicaba estão acima da média do Estado. Os de Itapeva, abaixo.
Qual é a opinião dos leitores sobre o plantio de cana?
(Só não vale desqualificar aqueles que pensam diferente como "senis, à beira da morte"!)
Leia matéria com o pesquisador Walter Paulo Lima, da ESALQ-USP, que diz : "A única alternativa a isso seria banir a agricultura da face da Terra – mas, para isso, a população do planeta teria de diminuir para no máximo uns 50 ou 100 milhões [ menos que a população brasileira], se tanto, catando frutinhas no mato “biodiverso”.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Concordo com a opinião da Denise.

A única parte que eu descordo é em relação ao trecho "Talvez não tenha impacto social pra você, senis à beira da morte", pois você ainda dá um bom trabalho jogando tênis!

MTY

11:23 AM  
Anonymous Anônimo said...

Solidarizo-me com o anônimo. Este termo "senis à beira da morte" foi desrespeitoso com nosso amigo Tião, que está no auge do seu vigor físico e intelectual. Quem quiser comprovar é só dar uma espiada lá no Tênis Clube. O homem bate uma bolinha e tanto.

12:22 PM  

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