terça-feira, outubro 31, 2006

AS QUATRO FASES DO POPULISMO
No Estadão, por José Pastore, da USP, especialitas em relações de trabalho e desenvolvimento
"Quem deu a vitória a Lula foi a brutal desigualdade que impera neste país.
Com base no tripé desigualdade, assistencialismo e propaganda, somado a noticiários favoráveis, Lula captou o interesse dos que precisam comer, se vestir e se divertir.
Para ser feliz, todos precisam de um bom convívio com familiares e amigos. Mas, nas classes de renda mais baixa, o acesso a bens materiais é crucial para a felicidade.
Esses eleitores votaram com o bolso, mesmo porque Geraldo Alckmin foi definido pela campanha de Lula como uma grande ameaça às conquistas obtidas.
A QUESTÃO
A questão é saber até que ponto se pode sustentar essa satisfação com políticas populistas que se baseiam em transferências do governo. O populismo passa por quatro fases.
Na primeira, a da glória, as benesses trazem a vitória esperada.
Na segunda, começa-se a duvidar da estratégia porque o déficit aumenta, os investimentos caem e os empregos não aparecem.
Na terceira, vêm os primeiros sinais do colapso com elevação da inflação ou chegada da recessão - a menos que se estatize.
Na quarta, volta a necessidade de se utilizar políticas duras para reequilibrar as finanças públicas, com decepção popular e mudança do governo.
Assim tem sido o populismo da América Latina, materializado por Getúlio Vargas e Juan Domingo Perón e, mais recentemente, por Hugo Chávez, Evo Morales, Néstor Kirchner e Lula.
Resta saber se, contrariando a História, suas políticas conseguirão garantir os investimentos para se chegar ao emprego e ao desenvolvimento.
Quem viver verá." ÍNTEGRA
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