TANTO REPETEM QUE VIRA VERDADE

Sábado conversei com o Pedro Bueno. O Pedro é lá do Bairro dos Pintos, conheço sua família. O Pedro tem 60 anos, bem disposto, inteligente, deu uma mãozona no remendo da quadra de saibro.

É incrível, mas tem gente que não sabe nem puxar terra com enxada (que deve ser uma das ferramentas mais antigas). Claro, falo em puxar no lugar certo, nivelando-a corretamente.

Conversa vai, conversa vem, o Pedro conta que seu pai morreu com mais de 90 anos, sua mãe também.

- Nossa geração, ché que vai viver tudo isso.

Pedro também acredita que o homem esteja vivendo menos tempo. Essa crença é muito generalizada, um monte de gente repete isso. Dão até explicação para o fato: enlatados, conservantes, medicamentos, poluição, vida agitada, por aí.

No entanto, as estatísticas dizem exatamente o contrário. Há 150 anos, a vida média era de 40-45 anos na Europa, agora está em torno de 80 anos.

O Brasil também acompanhou [com certo atraso, a indústria chegou aqui mais tarde] essa evolução: 50,9 anos em 1950-55 para 67,2 em 1995-2000 (leia aqui).

A expectativa de vida vem subindo continuamente desde 1840, depois da Revolução Industrial.

Isso desfaz outro mito muito divulgado por românticos, esquerdistas e outros sonhadores: o capitalismo e a tecnologia é que são culpados por este mundo desgraçado e injusto.

É verdade sim que esse mundão não é lá essas coisas, mas basta ler algumas poucas páginas da História para ver que antes a barra era bem mais pesada!

A desinformação do Pedro eu entendo, pois ele mal aprendeu a ler.