segunda-feira, setembro 25, 2006

DOS LEITORES
COTAS RACIAIS
Marcelo Takeshi Yamashita
"Em relação à mensagem sobre cotas raciais em universidades no blog República(leia aqui): antes de discutirmos sobre qual o elemento que serviria de base para definirmos as cotas nas universidades, temos que analisar primeiro o impacto social dessa medida. Em recente artigo publicado pelo meu amigo Otaviano Helene na Folha de São Paulo (tendência/debates do dia 23 de agosto de 2006) vemos claramente que o impacto desta medida é irrisório. Vamos aos números considerando-se as instituições federais.

Numero de estudantes/ano que concluem o ensino médio em instituições públicas no país: 1,6 milhão. Vgas destinadas às cotas: aproximadamente 50 mil

Observando os números acima vemos que da ordem de 3% dos estudantes seriam atendidos pela medida. Porém, ainda temos que levar em conta outro aspecto: o perfil dos beneficiados. Algumas escolas não se incluem no padrão "ruim", apresentado pela maioria das escolas públicas: Cefets e escolas militares (responsáveis por cerca de 1% dos concluintes); escolas técnicas e escolas ligadas à faculdades de educação (também responsáveis por cerca de 1% dos concluintes). Esses números obviamente devem ser subtraídos dos 3% se quisermos de fato analisar o impacto social da política de cotas.

Desta forma, concluímos que o impacto social prático de qualquer política de cotas será imperceptível.

Apenas para complementar. Outro dia fui testemunha da visita de uma candidata a deputada federal que se dizia a favor das cotas raciais. Gostaria de uma explicação (me disseram que ela é professora de biologia) sobre como definiríamos a raça de cada pessoa (geneticamente?!).

Obrigado, professor, pela leitura e comentários.
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