domingo, novembro 10, 2013

COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA

Gumercindo, muito mais que uma biografia

Domingo, dia 3, às 9 horas, em Itararé, estive no lançamento do livro biográfico do amigo Gumercindo Ferreira dos Santos, data de seu aniversário de 87 primaveras e muitas histórias, escrito pela autora curitibana Ana Paula de Carvalho. Ao chegar ao Clube Fronteira, local do evento, após comprar o livro (R$ 24,90) enfrentei por mais de duas horas uma fila enorme para conseguir o autógrafo do aniversariante. Curioso é que na fila ninguém reclamava da demora, a maioria das pessoas, desde jovens de 20 anos a idosos de 80, ostentava expressão feliz de estar ali, em pé, aguardando sua vez; parecia que aguardavam o autógrafo de algum astro da Rede Globo, ou do cinema. E o Gumercindo na frente, incansável, só na caneta a esbanjar charme e sorrisos, exalando perfume francês, olhar brilhante, voz grossa, feliz da vida. Aleluia.

O que mais incomodava, após duas horas na fila, era ver o pessoal nas mesas tomando cerveja, refrigerante, alguns comendo, e nós feito camelo no deserto com sede e fome, até que um cristão abnegado, condoído, passou a servir a fila, começando com champanhe (champanhe mesmo, do bom, nada de Sidra Cereser, como algumas bocas malditas insinuaram). Lá pelas tantas, surgiu até um litro de uísque Red Label. O que deixou muito a desejar foi o bufê, a nota dissonante do evento, os salgadinhos pareciam blocos pequeninos de farinha, ressecados, sem gosto de nada, quem comia fazia cara feia pra engolir; entendidos de culinária disseram que aquilo estava pronto havia uma semana, será? O responsável pelo evento devia ser mais cauteloso e exigente com o bufê, faltou-lhe tarimba, na próxima vez ele, ou ela, deve acertar. Uma pena.

Na fila políticos de vários partidos, falta espaço para nomear a todos, onde rolou muito papo agradável, ajudando a aguentar a canseira, até surgir as senhas e o pessoal em pé pode ir esperar a vez nas mesas, tentando comer os tais salgadinhos.

O livro de 158 páginas, da editora ComPactos - Curitiba, está bem escrito, o que faz a leitura agradável; teve gente que leu mais da metade ainda na fila de autógrafos; vale ressaltar que o resultado das vendas será doado ao VICC (Voluntários Itarareenses de Combate ao Câncer), presidido pela vereadora Mara Galvão. Parabéns.

Embora a obra seja fiel sobre os dados histórico-pessoais do biografado, muitos episódios e fatos relevantes de sua vida foram omitidos, outros pasteurizados, refinados; houve muito exagero no enfoque religioso, parece livro de padre; Deus ajudou tanto o Gumercindo que esqueceu seus concorrentes, e a maioria deles fechou as portas; devem ter rezado pouco, bem feito. Será que Bill Gates, da Microsoft, também rezou tanto? Enfim, Gumercindo é homem de valor inigualável, trabalhador, bom coração e conduta exemplar, não precisava rezar tanto, que Deus iria ajudá-lo do mesmo jeito. Oremos.

O livro devia ser lançado em todas as cidades que têm Cofesa. Me convidem.

Procure Saber

Está na moda escrever, ou falar, sobre biografias não autorizadas; Roberto Carlos lascou fogo, proibiu judicialmente todas as suas biografias; Chico Buarque, Caetano, Gil e outros, vítimas da censura durante a ditadura militar, hoje como censores sentem na carne o que os generais e coronéis devem ter sentido na época com suas músicas. A mulher de Caetano até fundou a Associação Procure Saber a fim de resolver os problemas com as biografias dos ditos “democratas”; mas só criou polêmica, no fim, vai prevalecer a censura às obras. Pimenta nos olhos dos outros é refresco.

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