COLUNA DO SPC NO JORNAL A GAZETA

             Ave, César!

            Semana passada estive em Itararé, onde conversei de literatura com Maria Coquemala, levei a Mario Klocker o original do meu romance recém-concluído, locado em Itararé e Bairro da Seda, aí fui à Churrascaria dos Gaúchos saborear aquele churrasco de bisteca malpassada, ainda visitei amigos e, de cambulhada, fui conhecer os novos tucanos da cidade.

Nesse périplo pelas ruas e casas itarareenses, tive péssimas e ótimas notícias da cidade. As péssimas vêm do meu amigo Cesar Perúccio, o prefeito-fazendeiro, que, segundo se comenta pelas esquinas, vem fazendo uma péssima administração. Confesso que fiquei bastante chateado, pois conheci o Cesar na época em que era vereador e sonhava em ser um dia prefeito de Itararé para ajudar a cidade progredir e a se livrar de prefeito ladrão, dos corruptos e, no mesmo fôlego, desandava a criticar o prefeito João Fadel (três toques na madeira pra isolar), que deixava a Prefeitura largada nas mãos de assessores.

 Posso cobrar o César, porque em sua campanha de 2004 o ajudei bastante no jornal Tribuna de Itararé (sem cobrar nada), ainda escrevi contra a acusação de estupro e de ser iletrado, por um panfleto anônimo, lançado às vésperas da eleição. E, agora? Agora, o Cesar não está dando no couro e o doutor João está babando de vontade de voltar para a Prefeitura e, pelo andar da carruagem, o César está facilitando esse retorno. 

            As ótimas notícias vêm da recém-reforçada oposição, das hostes do PSDB, em que se juntaram nomes da maior expressão social, empresarial e política do município, nomes acima de qualquer suspeita, que podem mudar os rumos político-administrativos de Itararé. Pode-se afirmar que os itarareenses vão ter ótimas opções no próximo ano, entre os tucanos locais, para dar um chega pra lá em prefeitos e assessores que só querem tirar proveito pessoal da política, a fim de se ajeitar na vida e dar cargos à companheirada de campanha. Soube na cidade (não foi por ninguém da oposição) que os cofres da Prefeitura estão rodeados de hienas famintas.

                                                           Enquanto isso...

            Aqui, na ex-capital dos minérios, o prefeito Luiz Cavani (PSDB?) navega em mar calmo com brisa suave batendo no rosto, a maior tranquilidade, os vereadores da “oposição”, duas vezes por semana, resmungam umas críticas na tribuna da Câmara com plenário vazio, mas não passa disso, nenhum deles sai do sossego dos gabinetes para fiscalizar a Administração, só ficam no faz-de-conta, que é para não irritar o prefeito. A imprensa faz sua parte, mas o povão não lê jornal, então, com exceção de dois ou três vereadores, cujo desempenho não compromete, os demais deviam ser repudiados nas próximas eleições. E os trinta assessores da Câmara (que custam caro ao contribuinte), não podiam fazer esse serviço chato de fiscalização? Sim, podiam, desde que os vereadores deixassem, acontece que eles não deixam, têm medo do prefeito, que, volta e meia, manda chamá-los, um a um, ao seu gabinete e, cramm, faz os coitados sentar na graxa. Por isso, o Paulinho trata o prefeito com todo carinho, como um irmão, doutor Luiz, que não é tolo nem nada se deixa bajular por seu vereador mais fiel, afinal, ele é presidente da Câmara, segura os pepinos, faz vistas grossas para muita coisa, isso ajuda a manter a boa imagem do prefeito, que agradece. Aliás, desde a gestão Wilmar o Paulinho não fiscaliza e não liga pra mais nada na Prefeitura e Secretarias. Por quê? Porque ele pretende ser prefeito e não quer incentivar a criação desse mau-costume de vereador fiscalizar a Administração. O povo lamenta, mas doutor Luiz agradece.

                                                O vandalismo sonoro

            Depois de um longo período de sossego noturno, sem som alto de carros à noite, o barulho voltou com força total. Não sei da periferia, mas no centro, avenida Acácio Piedade e imediações, até a praça Presbiteriana, rapazes alcoolizados, principalmente, às sexta-feira e sábado, soltam o som até madrugada. Como eles sabem da Lei do Silêncio, elevam o som ao máximo por alguns minutos, depois baixam, estratégia para evitar que os incomodados chamem a Polícia Militar, a única que ainda atende reclamações, porque Guarda Municipal, depois das 20 horas, já se recolheu ao seus lares. Oremos.