COLUNA DO SPC NO JORNAL GAZETA 

Batata assando

 

            Não foi por falta de aviso, foi? Este escriba metido denunciou a farra dos rodeios macarrônicos desde a primeira apresentação, em 2005, a mais abusiva de todas. Como nenhum vereador, na época, se importou com as denúncias, nos anos seguintes os abusos se repetiram. E esta coluna sempre alertando as autoridades em vão. Até que em 2008, ano eleitoral, a combalida oposição, representada mais por cidadãos que por políticos, decidiu entrar com uma Ação Civil Pública, fartamente documentada, no Ministério Público. O processo ficou um bom tempo na prateleira até que tomou posse o dinâmico promotor Hélio Dimas, que botou a mão na massa e a Ação foi para a Procuradoria de Justiça do Estado, onde foi aberto Inquérito Policial, denunciando o prefeito Cavani (PSDB?), o vice Armandinho (PMDB?) e outros menos cotados. Isso comprova que uma imprensa atenta pode ajudar a colocar os políticos nos eixos (ou na cadeia), pelo menos, evitar abusos escabrosos como os praticados na FAI.   

            Mesmo que o prefeito seja condenado a devolver dinheiro para a Prefeitura, ainda assim valeu a pena para ele e seus acólitos, pois a FAI ajudou sua campanha de reeleição, todos os apaniguados continuaram em seus cargos e, somado a outros fatores, proporcionou ao alcaide uma vitória estrondosa, acachapante para a oposição.

            Mas é aquilo que já se disse aqui, o prefeito e seus sequazes vão ter amolação por muito tempo, vão ter de assinar muitas intimações, ir ao Fórum e ficar no corredor, juntinho de seu advogado com ares de “comigo-ninguém-pode”, cheio de gente curiosa, querendo saber o que o prefeito e o vice estão fazendo ali? E os “corneteiros”, plantados pela oposição, a perguntar em voz alta, se eles estão ali como testemunhas ou como réus? Um vexame. A oposição nessa hora sabe ser impiedosa. O raça excomungada.

Ingratidão   

            Tem um secretário municipal, meio libanês, meio alemão, que anda de beicinho com o prefeito, ele não fala, mas tem gente dizendo que é porque o prefeito Cavani sai todo dia com o presidente da Câmara, Paulinho de La Rua, para tirar fotos pelas vilas e eventos e que, agora, eles deram de levar junto o deputado Ulysses. O secretário acreditava que seria o candidato do prefeito à sua sucessão! Coitado! Dizem que quando ele encontrar os três juntos vai dizer na lata: diga-me com quem andas e te direi quem és. Só não decidiu ainda se vai dizer isso para o vereador ou para o deputado.

Enquanto isso, em surdina... 

            Tem outro secretário municipal, conhecido como panis angelicus, meio italiano como o prefeito, que vive rindo à toa, não tira o sorriso da cara nem nas entrevistas à imprensa sobre as denúncias do promotor público contra seu chefe. Ele acredita que será o candidato do prefeito, por ser o mais palatável, mais simpático, e que o prefeito gosta do pão que ele amassa nos recursos ao Ministério Público. Isso não tem dinheiro que pague, então, ele sonha, sonha... Promete que, se eleito, vai dar pão aos pobres todo dia.     

Cadê o doutor?

            Um itapevense abelhudo estava em São Paulo e queria ver o deputado Ulysses em ação na Assembleia Legislativa e foi ao seu gabinete perguntar se ele estava na sessão. Entrou numa porta em que tinha a plaqueta com o nome do ilustre representante da nossa região, saudou os seis funcionários presentes e como não reconheceu nenhum itapevense, perguntou com cara desenxabida - desculpe, gente, aqui é o gabinete do doutor Ulysses? Um rapaz de modos delicados, respondeu com outra pergunta: aquele médico de Itupeva? O itapevense abelhudo fechou a cara: Itupeva, não, Itaaapeva. Aí uma moça bonita de vestido vermelho, justo, contou que o deputado tinha ido tirar foto com um rapaz com cara de espanhol, que chegou afobado dizendo que a imprensa estava no saguão da Casa, fotografando todo mundo. Ela disse, ainda, que o tal espanhol viera acompanhado de um senhor alto, nariz empinado, terno azul surrado, barba grisalha e jeitão de italiano carcamano, que os três saíram apressados. Pano rápido.