quinta-feira, abril 22, 2010

Tese de Evo sobre frangos revolta gays

Autor(es): Reuters, Efe e Ap - O Estado de S.Paulo
O Estado de S. Paulo - 22/04/2010

Presidente diz que consumo de transgênicos e frangos provoca homossexualismo e calvície

O presidente boliviano, Evo Morales, enfrentou ontem reações iradas à sua tese de que o consumo de transgênicos e frangos anabolizados com hormônios femininos são os responsáveis pela calvície, homossexualidade e impotência sexual.

A Federação Espanhola de Lésbicas, Gays, Transexuais e Bissexuais entregou uma carta de protesto à Embaixada da Bolívia em Madri, dizendo que a tese de Evo é uma "barbaridade", "surrealista" e "vergonhosa".

A oposição boliviana também atacou o presidente, que culpou o capitalismo pela devastação ambiental e considerou que defender "os direitos da mãe Terra é mais importante que defender os direitos humanos".

"Alimentar mitos urbanos é muito pobre para o tema da cúpula", disse o deputado Andrés Ortega, em referência à Conferência Mundial dos Povos Sobre Mudanças Climáticas, que ocorre na cidade boliviana de Tiquipaya, durante a qual Evo fez as declarações, na terça-feira.

"O frango tem hormônios femininos, por isso, os homens, quando comem esse frango, têm um desvio em seu ser, como homens", disse Evo.

O líder boliviano explicou ainda que "a calvície, que parece normal, é uma doença". "Na Europa, quase todos são calvos e isso é pelas coisas que eles comem. Entre os indígenas, não há calvos", afirmou, acrescentando que "daqui a 50 anos todo mundo será calvo".

O presidente boliviano mostrou diversos pratos de plástico durante seu discurso, dizendo que o material é responsável por grande parte da poluição no mundo. Ele defendeu o uso de utensílios de cozinha feitos de barro porque "quando quebram, voltam a ser areia da Mãe-Terra".

Diante de uma plateia incrédula, que ora ria, ora parecia chocada, Evo ainda dedicou parte de seu discurso de mais de uma hora a atacar a Coca-Cola, que, segundo ele, é usada para desentupir esgotos, e os medicamentos ocidentais que, "curam um mal, mas provocam outros dois".

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