Defensivos
Naturais
Apresentamos aqui, algumas formas, muito antigas e eficientes para o tratamento de lavouras. Porém, com a vantagem de ser uma forma mais equilibrada , menos agressiva à natureza e menos toxica a todos os seres vivos do planeta. Mais informações a respeito deste tema estarão sendo sempre atualizadas aqui. Caso tenha alguma contribuição a fazer a respeito deste tema escreva-nos.
ÍNDICE
1. PREPARO E APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS NATURAIS; Eng.o Agrôn. Silvio Roberto Penteado (DEXTRU/CATI) 2. INDICAÇÕES PARA O USO DA CALDA BORDALESA; Eng.o Agrôn. Silvio Roberto Penteado (DEXTRU/CATI) 3. TRATAMENTO DE INVERNO PARA ÁRVORES FRUTÍFERAS; Eng.o Agrôn. Silvio Roberto Penteado (DEXTRU/CATI) 4. O PREPARO DA CALDA SULFOCÁLCICA Eng.o Agrôn. Silvio Roberto Penteado (DEXTRU/CATI) 5. PREPARO E APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS NATURAIS, para insetos; conhecimento popular e diversos autores 6. PREPARO E APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS NATURAIS, para doenças; conhecimento popular e diversos autores
1.
OBJETIVOS
Os
principais objetivos com o uso de defensivos alternativos, são:
obter produtos agrícolas mais saudáveis, evitar a
contaminação do produto e do consumidor, manter o
equilíbrio da natureza, preservando a fauna e os mananciais
de águas, reduzir o número de aplicações
de defensivos agressivos, aumentar a resistência da planta
contra a ocorrência de pragas e patógenos e sinistros
naturais, reduzir o custo de produção e aumentar a
viabilidade do produtor. Além disto, os defensivos alternativos
atendem a uma crescente procura por produtos sadios.
2.
O QUE SÃO DEFENSIVOS ALTERNATIVOS
São
considerados para uso como defensivos alternativos todos os produtos
químicos, biológicos, orgânicos ou naturais,
que possuam as seguintes caraterísticas:
• praticamente não tóxicos (grupo toxicológico IV), custo reduzido para a aquisição e emprego. baixa a nenhuma agressividade ao homem e à natureza • simplicidade quanto ao manejo e aplicação, eficiência no combate aos insetos e microorganismos nocivos. alta disponibilidade para aquisição. não favorecer formas de resistência de insetos e microorganismos.
3.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
a)
Estas informações são resultantes de observações
em testes regionais e de trabalhos de revisão da literatura,
servindo apenas como sugestão quanto ao potencial de uso
das caldas.
b) Para o emprego das caldas, recomendamos que sejam feitas observações preliminares em poucas plantas, considerando o local, clima, cultivar, etc. c) O emprego das caldas fora das recomendações, o uso de matéria prima de baixa qualidade e o preparo e aplicações inadequados, poderão causar problemas, baixa eficiência e até fitotoxicidade .
5.
UTILIZAÇÃO MAIS COMUM DE ÓLEOS
O
óleo tem ação inseticida, principalmente contra
cochonilhas. É indicado para as culturas do abacate, café,
citros, figo, manga, maçã, pêra e plantas ornamentais
(hibiscus e azalfias). Contra cochonilhas de carapaça (cabeça
de prego, escama virgula, escama farinha, parlatória, piolho
de São José, etc. ) e cochonilhas sem carapaças
( cochonilhas verde, marrom e pardinha). O óleo utilizado
deve ser de grau leve, podendo ser de origem mineral (princípio
ativo: 80 a 85%), vegetal (93%) ou de peixe. Este último
tem sido muito indicado para controle de pragas. A dosagem do óleo
mineral deve ser: • primavera/verão: 1 litro/100 litros de
água. • outono/inverno: deve-se aumentar para 1,5 a 2,0 litros
em 100 litros de água.
6.
OUTROS USOS DOS ÓLEOS
Os
óleos ainda combatem o pulgão, lagartas, moscas, mosquitos,
ácaros (acaro vermelho), ovos e larvas de insetos, tripes,
mosca branca e viroses (óleo mineral de parafina). O óleo
pode ser adicionado em vários defensivos melhorando sua efetividade,
como na calda bordalesa. Quando pulverizados na estação
de dormência das plantas de clima temperado, antes do inchamento
das gemas, provoca erradicação das formas invernantes
das pragas, assim como das cochonilhas de carapaças, como
a cochonilhas farinha.
7.
PREPARO DAS MISTURAS DE ÓLEO
Pulverizar
com uma mistura de 1 litro de óleo vegetal + 100 gramas de
sabão neutro ou 100 ml de sabão líquido e 15
litros de água. Agitar até obter uma emulsão
turva. Óleo mineral emulsionável pode ser usado como
alternativa; neste caso, misturar 30 ml em 1 litro de água.
• Pulverizar óleo vegetal ou mineral puro; diluindo 10 a 20 ml de óleo em 1,0 litro de água. • Pincelar 2 ml. de óleo mineral ou vegetal sobre o fim da espiga de milho, contra ataque de insetos.
8.
EMULSÃO DE ÓLEO:
Ação
de inseticida de contato, contra sugadores: ácaros, pulgões
e cochonilhas. Ingredientes: 1,0 kg de sabão comum ou feito
com óleo de peixe + 8,0 litros de óleo mineral + 4,0
litros de água. Preparo:
• Ferver e dissolver o sabão picado em 4 litros de água. • Retirar do fogo e dissolver vagarosamente 8 litros de óleo mineral, ainda quente. • Diluir uma parte do produto obtido em 10 a 50 partes
______________________________________________________________________________
OBSERVAÇÃO: A calda bordalesa é indicada para controle de Podridão de gomose ( fitofora ) em fruteiras, I aplicando no tronco e ao redor do solo na dosagem de 1,5 a 2,0%. É recomendada para tratamento de inverno e na pré brotação das gemas das fruteiras temperadas como figo, caqui uva pêssego, maçã, etc...
Com
a chegada do inverno, as pragas e os patógenos causadores
de doenças, se preparam para atravessar o período
invemal nas formas de resistência, abrigados nas cascas do
tronco e ramos das frutíferas, para surgirem na primavera
e causarem prejuízos da fase de brotação até
a colheita. A calda sulfocálcica, pela sua eficiente ação
fungicida, acaricida e inseticida é considerada o melhor
produto para proceder à erradicação das pragas
e patógenos hibernantes, pelo tratamento de inverno.
TRATAMENTO
DE INVERNO
Após
a queda das folhas de ameixeiras, caquizeiros, figueiras, nectarineiras,
macieiras, pereiras e videiras, durante o repouso das plantas, antes
da brotação, adote as seguintes medidas: 1. Poda dos
ramos secos, doentes e praguejados e remoção destes
ramos e aqueles eliminados na poda de frutificação,
retirando-os para fora do pomar. Pincelamento das áreas de
corte com pasta bordalenga na proporção de 1,0 Kg
de sulfato de cobre + 2,0 Kg de cal virgem + 10,0 litros de água.
2. Raspagem e limpeza de troncos e ramos com lesões, áreas
doentes, praguejadas e com algas ou liquens. Pincelamento com pasta
bordalesa. 3. Pulverização com calda sulfocálcica
na diluição de 1,0 litro de calda concentrada (32,0
graus Baum.) para 10,0 litros d'água; pulverizar muito bem
a planta 1 ou 2 vezes no inverno. A fabricação da
calda sulfocálcica, pasta bordalesa ou calda bordalesa na
propriedade, com a utilização da cal virgem, reduz
os custos de tratamentos fitossanitários e permite obter
um produto de melhor qualidade, além de aumentar a eficiência.
** Quem faz tratamento de inverno, reduz os tratamentos de verão!
Produtos
• 12,5 Kg de cal virgem • 25,0 Kg de enxofre em pó . 10.0 L de água
METODOLOGIA
NO PREPARO:
•
Num tambor de ferro de 200 litros, dissolva o enxofre com um pouco
de água quente, até formar uma pasta; • Coloque fogo
sob o tambor e complete o volume até 80 litros de água;
• Após o inicio da fervura, adicione a cal virgem aos poucos, mexendo constantemente, com uma pá de madeira; • Ferver por 60 minutos, fazendo a adição de água fria (20 litros). Quando levantar a fervura, manter o volume em 100 I.; • Quando a calda estiver com a cor pardo avermelhada estará pronta. Deixar esfriar e coar em um pano ou peneira fina; • A armazenagem da calda sulfocálcica pode ser feita por um período máximo de 30 dias. Em recipiente de vidro ou bombona plástica desde que sejam muito bem vedados. Obs.: O Enxofre ventilado malha 200 possibilita melhor aproveitamento, tornando viável/ a produção de calda com densidade maior que 32 graus Baumé.
UTILIZAÇÃO
DA CALDA SULFOCÁLCICA
•
É recomendável a adição de espalhante
adesivo à calda (20 para 100 litros de calda).
• Conheça a qualidade da calda usando o densímetro (Aerômetro de Baumé). Uma boa calda deve apresentar uma densidade de 30 e 32 graus Baumé 6. • O uso de uma cal virgem de baixa qualidade, velha ou carbonatada, reduz e até inviabiliza a qualidade e eficiência da calda sulfocálcica. • A calda diluída deve ser utilizada no mesmo dia do preparo. • No preparo e aplicação da calda, seguir os mesmos cuidados recomendados quanto ao manuseio de outros defensivos agrícolas. • Após aplicação, lavar bem os equipamentos com solução de uma parte de vinagre e dez partes de água. • Observar o intervalo mínimo de 20 dias entre a aplicação da calda sulfocálcica e a aplicação de óleo ou calda bordalesa. • Em goiabeira o tratamento pode ser feito logo após a poda total, na concentração de 1,0 litro em 10.0 Litros de água voltar
-
Macerado de samambaia
Colocar
500 gramas de folhas frescas ou 100 gramas de folhas secas em um
litro de água por dia. Ferver meia hora. Para aplicação
diluir um litro deste macerado em dez litros de água.
Controla ácaros, cochonilhas e pulgões.
-
Macerado curtido de urtiga
Colocar
500 gramas de folhas frescas ou 100 gramas de folhas secas em um
litro de água e deixar dois dias. Para aplicação
diluir em 10 litros de água e pulverizar sobre as plantas
ou no solo.
Controla pulgões e lagartas (aplicado no solo)
-
Macerado de fumo
Picar
10 cm de fumo de corda e colocar em um litro de água por
um dia em recipiente não-metálico com tampa. Diluir
em 10 litros de água e pulverizar as plantas.
Controla cochonilhas, lagartas e pulgões.
-
Mistura álcool e fumo
Coloque
10 cm de fumo picado em uma tijela e cubra com álcool misturado
com um pouco de água. Quando o fumo absorver o álcool,
coloque mais álcool misturado com um pouco de água
e deixe 15 dias de molho, tampando a tijela, para que a nicotina
seja retirada do fumo. Coloque o líquido em uma garrafa com
tampa e, na hora de usar, misture com sabão ralado e água
nas seguintes proporções: um copo de mistura de água
e fumo, 250 gramas de sabão e 10 litros de água.
Controla pulgões.
-
Mistura de querosene, sabão e macerado de fumo
Aqueça
10 litros de água, 20 colheres de sobremesa de querosene
e 3 colheres de sopa de sabão em pó biodegradável.
Deixe esfriar e adicione um litro de macerado de fumo. Pulverizar
sobre as plantas.
Controla cochonilhas com carapaça e ácaros.
-
Mistura de sabão, macerado de fumo e enxofre
Misturar
em 10 litros de água morna, meia barra de sabão, um
litro de macerado de fumo e um kg de enxofre. Deixar esfriar e pulverizar
sobre as plantas.
Controla ácaros.
-
Cravo de defunto
Quando
plantado nas bordaduras impede o aparecimento de nematóides
nas plantas cultivadas.
-
Tajujá, taiuiá ou melancia-brava
É
uma planta trepadeira cujas folhas são bem parecidas com
as da melancia. A raiz é semelhante à da mandioca.
Apanha-se esta raiz, corta-se em pedaços de 10 cm e distribui-se
na lavoura. A seiva ou líquido existente na raiz atrai insetos,
fazendo com que estes não ataquem a planta cultivada. Deve
ser renovada regurlamente.
Controla besouros ( "vaquinha" ).
-
Purungo ou cabaça
Também
é uma planta trepadeira. Suas folhas são parecidas
com as de abóbora. Quando o fruto está maduro (seco)
é usada para cuia de chimarrão. Quando está
verde, o fruto cortado ao meio atrai insetos, devendo ser espalhado
na lavoura, como o tajujá.
Controla besouros ("patriota") .
-
Soro de leite
Quando
pulverizado sobre as plantas, resseca e mata ácaros.
-
Armadilha luminosa
Colocar
uma lanterna de querosene acessa a partir das sete horas da noite
no meio da lavoura e deixar até de madrugada, principalmente
nos meses de novembro a fevereiro. As mariposas são atraídas
pela luz e batem no vidro da lanterna, caindo num saco de estopa
aberto que é colocado logo abaixo. No dia seguinte matar
as mariposas.
Controla mariposas, especialmente a mariposa-oriental (broca-dos-ponteiros) que ataca os pomares.
-Saco
de aniagem
Umidecê-lo
com um pouco de leite e colocar na lavoura em vários locais.
No dia seguinte pegar as lesmas que estão aderidas ao saco
e matá-las.
-
Solução de água e sabão
Colocar
50 gramas de sabão caseiro em 5 litros de água quente.
Após esfriar, aplicar com o pulverizador.
Controla pulgões, cochonilhas e lagartas.
-
Infusão de losna
Derramar
um litro de água fervente sobre 300 gramas de folhas secas
e deixar em infusão por 10 minutos. Diluir em 10 litros de
água. Pulverizar sobre as plantas.
Controla lagartas e lesmas.
-
Cerveja
A
cerveja atrai lesmas. Fazer armadilhas com latas de azeite, tirando
a tampa e enterrando-as a com abertura no nível do solo.
Colocar um pouco de cerveja misturada com sal. As lesmas caem na
lata atraídas pela cerveja e morrem desidratadas pelo sal.
Controla lesmas.
-
Pimenta vermelha
Pimenta
vermelha bem socada, misturada com bastante água e um pouco
de sabão em pó ou líquido pulverizada sobre
as plantas, age como repelente de insetos.
Outras plantas também podem ser utilizadas como inseticidas, entre as quais se destacam:
-
Piretro
É
obtido de algumas plantas do gênero Chrysanthemum, da família
Asteraceae, com o qual se faz um inseticida contra pulgões,
lagartas e vaquinhas. É obtida fazendo-se a maceração
das flores. Sua ação pode ser aumentada ( ação
sinergística ) com uso da sesamina, produto obtido do extrato
de gergelim ( sesamum indicum ), da família Pedaliaceae.
-
Alamanda
Ou
chapéu-de-Napoleão. São plantas do gênero
Allamanda, da família Apocynaceae. Com suas folhas prepara-se
uma infusão para combater pulgões e cochonilhas.
-
Santa Bárbara
Ou
cinamomo, a Melia azedarach. da família Meliacea. O extrato
alcoólico de seus frutos é utilizado para combater
pulgões e gafanhotos. A substância encontrada nesta
planta, a azadirachtina, inibe o consumo das plantas por estes insetos.
-
Arruda
Ruta
graveolens. da família Rutaceae. Suas folhas são utilizadas
no preparo de uma infusão para o combate a pulgões.
-
Pimenta-do-reino
Piper
niger, da família Piperaceae. De seus frutos se extrai uma
substância que inibe o consumo das plantas por diversos insetos.
-
Chá de camomila
Imergir
um punhado de flores em água fria por um ou dois dias. Pulverizar
as plantas, principalmente as mudas em sementeira.
Controla diversas doenças fúngicas.
-
Mistura de cinza e cal
Dissolver
300 gramas de cal virgem em 10 litros de água e misturar
mais 100 gramas de cinzas. Coar e aplicar sobre as plantas por pincelamento
ou pulverização durante o inverno, quando as árvores
estão em dormência.
Controla barbas, líquens e musgos.
-
Cal
Fazer
uma pasta de cal e pincelar sobre o tronco. Com isto evita-se a
subida de formigas e ajuda controlar a barba das frutíferas.
-
Pasta de argila, esterco, areia fina e chá de camomila
Misturar
partes iguais de argila (barro), esterco, areia fina e chá
de camomila, de modo a formar uma pasta. Usar para proteger os cortes
feitos por podas e também ramos ou troncos doentes durante
o outono após a queda das folhas e antes da floração
e brotação.
-
Chá de raiz forte (crem)
Derramar
água quente sobre folhas novas da raiz forte e deixar em
infusão por 15 minutos. Diluir 1 litro da infusão
em 2 litros de água e pulverizar a planta toda.
Controla podridão parda das frutíferas.
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