COLUNA DO SPC, NO ITA NEWS

Cutucando

Vereadores de “esquema”

É triste e lamentável o que assistimos pela Tv ou lemos na imprensa sobre os escândalos do Senado, expondo as bandalheiras e os abusos de poder do senador José Sarney e o presidente Lula/PT a defendê-lo com unhas de dentes na maior cara de pau. Essa sem-vergonhice nos altos escalões da República nos lembra aqui da terrinha, onde os prefeitos até pouco tempo atrás conseguiam manter as aparências de honestidade e retidão com a conivência de vereadores venais, que negociavam apoio total ao prefeito em troca de favores, como hoje se faz no Senado da República. Os vereadores da “oposição”, nessa época, faziam de conta que não tinham nada com isso, afinal, minoria nada pode fazer para mudar uma situação política vexaminosa- dizia-se. Grossa mentira.

Quem quebrou esse círculo vicioso de compadrio Câmara/prefeito foi o vereador Paulinho de la Rua (PDT), que, em maio de 2005 (já na gestão Cavani), deflagrou a CEI do Fundef a fim de apurar desvios de mais de 5 milhões de reais da Educação na administração Wilmar Mattos, na época, tido como empresário bem-sucedido! Imagine.

Essa CEI foi o último suspiro político do Paulinho como defensor do interesse público, depois disso ele fechou os olhos pra tudo a fim de preservar o prefeito Cavani.

Atualmente, a dupla Margarido/Comeron (DEM) está aí pra provar que oposição se faz com dois ou dez vereadores, basta querer trabalhar de fato pelo município e para a população. Felizmente, outros vereadores já apresentam sintomas de indignação pela má administração municipal, como o espevitado Júnior Guari (PMDB) e, também, a sempiterna vereadora bate-assopra, Áurea Rosa (PTB), a que mais critica o prefeito, apesar de, às vezes, ter recaídas surpreendentes. Seja como for, o nível de atuação de alguns vereadores melhorou nesta legislatura, todavia, não só pelo exemplo da dupla oposicionista, mas, sobretudo, porque os secretários do prefeito Cavani têm fornecido munição que não acaba mais aos adversários do alcaide. Aleluia!

Se não provar, eu processo

Fazia tempo que a imprensa local não era alvo de processo movido por políticos. Se bem me lembro o último processo nesse sentido foi contra este escriba desaforado. Aliás, posso me gabar de ser recordista de processos movidos por políticos em Itapeva, quem sabe até da região, talvez perca para o jornalista Hélio Porto de Itararé. Talvez.

O ex-vereador Monterão do fisiológico PMDB foi o primeiro a me processar, depois ninguém mais segurou a ânsia de calar a imprensa dos “lídimos democratas” do ex-manda-brasa. Portanto, os jovens batalhadores da imprensa local, fiquem tranqüilos, não temam ser processados, político quando processa jornalista é porque está com medo que se descubra alguma coisa que ele quer esconder, então, ele assusta, exige provas. Políticos espertalhões sabem que é difícil conseguir provas de malfeitos no serviço público onde a malandragem corre solta acobertada por boa assessoria jurídica, portanto, não é fácil encontrar pistas. Haja vista o que acontece hoje no Senado com a sabugada do Sarney, só com a instalação do Portal Transparência do Senado que veio tudo à tona e se descobriu às centenas de atos secretos e outras marotagens vergonhosas.

Desafio pro Paulinho

Sempre que tem oportunidade o vereador-presidente Paulinho de la Rua estufa o peito pra dizer que é honesto e transparente. Tudo bem, ninguém duvida. Então, ele podia muito bem aceitar, sem tergiversar, a sugestão deste escriba de instalar um Portal Transparência da Câmara, cujo orçamento é um dos maiores do município. Aí, acaba a desconfiança de “atos secretos” e outras coisas mais que se comenta nos bastidores.

O prefeito Cavani e o secretário Adelço pularam pra trás na instalação do Portal Municipal, viram que a barra ia pesar pra eles com o Portal e ficou o dito por não dito. Já o Paulinho parece ser homem de brio e de honrar sua palavra. Tudo bem que a tal de Ouvidoria que ele queria não saiu do papel, mas o Portal é mais confiável e menos complicado para quem quer de fato mostrar transparência no trato com dinheiro público.

O nobre vereador bem que podia provar para os itapevenses que é farinha de outro saco, que não mija pra trás, que sustenta o que diz. Dê o exemplo, Paulinho.