sexta-feira, julho 17, 2009

A PIZZA DE LULA

Trecho do blog do Claudio Abramo:

Mistura-se a pizza comprando-se uma quantidade suficiente de políticos. São adquiridos pelo loteamento do Estado entre os partidos da “base”. É o que faz um governante de sucesso. É claro que a compra nao é feita à vista, mas a prestações cujos juros podem variar com o tempo.

É ainda necessário “administrar a base” continuamente, a saber, segurar a concuspicência da turma quando uns ameacem invadir o território de caça de outros, algo que procuram fazer incessantemente. Dá um trabalho danado.

Certa vez um amigo comentou que a diferença fundamental entre o governo FHC e o governo Lula é que o primeiro comprava os pizzaiolos do Congresso mas tinha vergonha disso, enquanto o segundo não só faz o negócio sem nenhum problema como ainda se jacta e exibe a mercadoria em praça pública.

Cada vez mais parece que o caso é esse mesmo. Lula manifesta desprezo infinito pelos políticos. Compra-os e, uma vez assinado o contrato, leva-os a passear na praça pela coleira.

Quando Lula aparece em comício nas Alagoas ao lado de Collor, o espetáculo não representa um rompimento com o seu próprio passado, mas a exibição da mercadoria adquirida. (Sem dúvida haverá quem interprete de forma inversa.)

Nunca houve neste país um líder que escancarasse com tamanha limpidez o esgoto que é a política brasileira.

Esgoto esse que não é novidade e não foi inventado em seu governo, como a mera longevidade política de Sarneys e Renans e Jucás torna auto-evidente.

É cedo para julgar se, sob o ponto de vista pragmático, o programa “compra e mostra” levará no longo prazo a resultados melhores do que a estratégia tradicional do “compra e esconde”.

O único que se pode talvez esperar, ou almejar (embora esperanças nesse território sejam alimentadas por conta e risco de cada um), é que, em algum momento no caminho, talvez na próxima geração, a coisa toda se dissolva por podridão.

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