domingo, maio 03, 2009

A CULPA É...DOS SECRETÁRIOS

"Na opinião de alguns vereadores, o prefeito até se esforça para se adaptar ao jogo político, mas a situação se agrava quando alguns de seus assessores radicalizam, sem azeitar a relação."
(Folha do Sul, Davi Panis)

Vou contar de novo uma história do governo Cavani que me impressionou. Meados do ano passado, comentei com o Dr. Rossi, secretário municipal dos mais fortes, sobre erros na manutenção da estrada rural que liga o Miguelzinho ao Portão Preto/Palmitalzinho/Pintos.

A estrada havia sido feita, e muito bem feita por sinal, pela CODASP, com recursos do Banco Mundial, no final de 2004. De fato era um trecho problemático, vivia esburacado, carros encalhavam lá quando chovia.

O erro de manutenção apontado: a prefeitura tinha voltado a raspar a estrada, rebaixando-a novamente, sem atentar que tal rebaixamento logo iria impedir, novamente, que a enxurrada continuasse a escorrer pelas curvas e bacias laterais feitas pela CODASP.

O segredo do serviço da CODASP são justamente as curvas e bacias que captam a água da chuva, impedindo que a enxurrada desça rasgando e esburacando a estrada.

Na cabeça do pessoal da prefeitura, fazer estrada é raspar, raspar.

Na cabeça do pessoal da CODASP, perenizar estrada é tirar enxurrada da estrada.

Foi justamente esse ponto que comentei com o Dr.
Rossi. Argumentei que se a prefeitura continuasse raspando, sem atentar para a lógica da nova estrada, em pouco tempo o serviço iria pro brejo, para desgosto dos usuários e proprietários da região.

Dr. Rossi, pelo que percebi, ficou sensibilizado. Poucos dias depois de nossa conversa, atencioso, ligou convidando-me par ir até o trecho da estrada citado.

Fomos lá: Dr. Rossi, o engenheiro Cassiano, secretário da Agricultura, o senhor Antonio, secretário de Transportes, o senhor João Barba, encarregado das estradas rurais e eu.

Pensei comigo: agora mato a cobra e mostro o pau. Dito e feito, todos concordaram que a manutenção estava sendo feita de forma errada, especialmente o Dr. Cassiano, que, engenheiro agrônomo, nos deu uma aula in loco, mostrando os erros e ensinando como a manutenção deveria ser feita. O encarregado João, coitado, tentou se explicar, engatou o velho discurso de falta de pessoal, de máquinas, etc e tal.

Dr. Rossi, secretário de governo, chamou para si o assunto. Disse que qualquer dificuldade encontrada na execução das tarefas deveria ser imediatamente comunicada a ele, Dr. Rossi, que levaria, se necessário, o assunto ao conhecimento do senhor prefeito.

Pois então.

Depois da visita, a estrada foi raspada mais duas vezes.


E, acredite, foi raspada da mesmíssima maneira que todos achamos errada, inclusive o encarregado, que continua o mesmo!

Se não acreditar, vá lá ver, é
pertinho, uns 3 ou 4 km do centro.

Um pecado, porque agora ficou pior. Com as raspagens, várias curvas já não captam a água da estrada rebaixada.

Não é jogar dinheiro fora?

Não é fazer pouco-caso dos usuários, dos proprietários?

Como explicar tal fato?

Será que havia alguma razão para me fazerem de bobo, como fizeram?

Será que concordaram comigo só porque estavam na minha frente?

Se eu estava errado, por que não disseram francamente?

O engenheiro Cassiano gastou o verbo de
mentirinha?

Os secretários (três!) não apitam nada na área?

Quem manda lá é o Barba, dono do feudo, que há décadas "faz" estradas do seu jeito e ponto final?


Confesso que até agora não achei uma explicação para uma coisa dessa. Encafifado, cheguei a procurei o pessoal da CATI, que gentilmente me deu um CD com o projeto da estrada. Uma beleza de projeto! E também um consolo: "O pessoal da prefeitura não está nem aí com as novas tecnologias de conservação de estrada; até recusam-se a participar de cursos sobre o assunto; não perca tempo..."
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