Vereador de SP e RJ custa mais do que um parlamentar de dez países europeus
FERNANDO BARROS DE MELLO
FOLHA DE SÃO PAULO
O mandato de um vereador nas duas maiores cidades do Brasil custa mais do que o de um parlamentar de dez países, entre eles Alemanha, França e Reino Unido.
O resultado faz parte de estudo da ONG Transparência Brasil, que levou em conta dados sobre o Orçamento de 2007 e comparou as Câmaras Municipais com Parlamentos nacionais de outros países.
No Rio e em São Paulo, o custo de cada parlamentar foi de R$ 5,9 milhões e R$ 5,05 milhões. O valor fica acima do custo de um parlamentar da Itália (R$ 3,98 milhões), da Alemanha R$ 3,4 milhões), da França (R$ 2,8 milhões) e do Canadá (R$ 2,3 milhões).
Os vereadores de Belo Horizonte vêm a seguir, com custo de R$ 2,2 milhões, seguidos pelos parlamentares do Reino Unido (R$ 2,3 milhões) e de Florianópolis (R$ 2 milhões).
Em 16 Câmaras de capitais brasileiras, o custo por mandato fica entre R$ 1 milhão e R$ 2,2 milhões. O mais barato é de Rio Branco (AC), R$ 715 mil.
"A gente acredita que o custo-benefício do trabalho desses vereadores não é adequado. O que chama mais atenção é a produtividade baixa desses vereadores", diz Fabiano Angélico, coordenador de projetos da Transparência Brasil.
Gastos
Em São Paulo, o vereador Wadih Mutran (PP) gastou, apenas em julho deste ano, R$ 40,5 mil de verba indenizatória, aquela destinada a gastos essenciais ao trabalho do legislador, como telefone, assinatura de jornais, revistas ou internet. Desse total, R$ 31,8 mil foram somente para correio.
Juntos, os vereadores da Câmara paulista gastaram, entre janeiro e novembro de 2008, R$ 6 milhões de verba indenizatória. Levantamento feito pela Folha mostra que entre os maiores gastos estão R$ 1,7 milhão com serviços de gráfica, R$ 1,8 milhão com correio e R$ 656 mil com combustível.
"Não adianta falar os números que eu não me lembro dos detalhes. Na parte dos correios, pode ir acumulando. E se quiser desejar Feliz Natal para aquele pessoal que freqüentou o meu gabinete, eu posso mandar correspondência", diz o vereador Mutran.
A cada mês, os vereadores têm direito a R$ 13 mil para pagar seus gastos (comprovados com notas fiscais), valor que pode ser acumulado. Além da verba indenizatória e do salário de R$ 9.000, cada vereador dispõe de R$ 50 mil por mês para pagar funcionários.
***
Eles, os políticos, comportam-se como se fossem donos do País. Aqui em Itapeva, uma cidade pobre, colocada no último grupo (Grupo 5) do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), os 10 vereadores conseguem gastar mais de 4 milhões por ano! Quase 400 mil por mês! Não para fazer o constitucional Controle Externo da Prefeitura. Nada disso. O que eles fazem, então? Ah, campanha, todo ano, todo dia ...
FERNANDO BARROS DE MELLO
FOLHA DE SÃO PAULO
O mandato de um vereador nas duas maiores cidades do Brasil custa mais do que o de um parlamentar de dez países, entre eles Alemanha, França e Reino Unido.
O resultado faz parte de estudo da ONG Transparência Brasil, que levou em conta dados sobre o Orçamento de 2007 e comparou as Câmaras Municipais com Parlamentos nacionais de outros países.
No Rio e em São Paulo, o custo de cada parlamentar foi de R$ 5,9 milhões e R$ 5,05 milhões. O valor fica acima do custo de um parlamentar da Itália (R$ 3,98 milhões), da Alemanha R$ 3,4 milhões), da França (R$ 2,8 milhões) e do Canadá (R$ 2,3 milhões).
Os vereadores de Belo Horizonte vêm a seguir, com custo de R$ 2,2 milhões, seguidos pelos parlamentares do Reino Unido (R$ 2,3 milhões) e de Florianópolis (R$ 2 milhões).
Em 16 Câmaras de capitais brasileiras, o custo por mandato fica entre R$ 1 milhão e R$ 2,2 milhões. O mais barato é de Rio Branco (AC), R$ 715 mil.
"A gente acredita que o custo-benefício do trabalho desses vereadores não é adequado. O que chama mais atenção é a produtividade baixa desses vereadores", diz Fabiano Angélico, coordenador de projetos da Transparência Brasil.
Gastos
Em São Paulo, o vereador Wadih Mutran (PP) gastou, apenas em julho deste ano, R$ 40,5 mil de verba indenizatória, aquela destinada a gastos essenciais ao trabalho do legislador, como telefone, assinatura de jornais, revistas ou internet. Desse total, R$ 31,8 mil foram somente para correio.
Juntos, os vereadores da Câmara paulista gastaram, entre janeiro e novembro de 2008, R$ 6 milhões de verba indenizatória. Levantamento feito pela Folha mostra que entre os maiores gastos estão R$ 1,7 milhão com serviços de gráfica, R$ 1,8 milhão com correio e R$ 656 mil com combustível.
"Não adianta falar os números que eu não me lembro dos detalhes. Na parte dos correios, pode ir acumulando. E se quiser desejar Feliz Natal para aquele pessoal que freqüentou o meu gabinete, eu posso mandar correspondência", diz o vereador Mutran.
A cada mês, os vereadores têm direito a R$ 13 mil para pagar seus gastos (comprovados com notas fiscais), valor que pode ser acumulado. Além da verba indenizatória e do salário de R$ 9.000, cada vereador dispõe de R$ 50 mil por mês para pagar funcionários.
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Eles, os políticos, comportam-se como se fossem donos do País. Aqui em Itapeva, uma cidade pobre, colocada no último grupo (Grupo 5) do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), os 10 vereadores conseguem gastar mais de 4 milhões por ano! Quase 400 mil por mês! Não para fazer o constitucional Controle Externo da Prefeitura. Nada disso. O que eles fazem, então? Ah, campanha, todo ano, todo dia ...
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