quinta-feira, agosto 07, 2008

MORTALIDADE INFANTIL

A mortalidade infantil de Itapeva é muito alta, exageradamente alta: 28,3 óbitos por mil nascimentos (média do quinquênio 2003/2007).

Dos 48 municípios da DIR de Sorocaba, Itapeva só perde para 3 pequenos municípios quase sem infra-estrutura médica: Bom Sucesso de Itararé (44,1), Riversul (35,3) e Ribeira (33,8).

Sucede que Itapeva é uma cidade média: 85.000 habitantes, 150 médicos, uma dezena de pediatras, Santa Casa de Misericórdia bem administrada com UTI neonatal.

Detalhe: todas as cidades do porte de Itapeva, com a estrutura de Itapeva, têm taxa de mortalidade infantil baixa. Ver tabela recentemente divulgada pela Fundação Seade.

Por que, então, Itapeva é única exceção?

A equipe municipal da Saúde (que vem de governos anteriores), conforme reportagem da Folha do Sul, disse o seguinte:

1) "Em Itapeva, 94% das mulheres gestantes têm mais de 7 consultas de pré-natal. O mínimo exigido pela Organização Mundial de Saúde são 6 consultas."

Como se vê, o problema não é de quantidade. Será, então, de qualidade!?
2) “Essas práticas todas fazem com que a educação e a qualificação do profissional comecem a ter resultado junto à população. Aí dizer que nossos indicadores serão outros em mantendo essas práticas e seguramente em 2011 e 2012, estaremos quase que no nível da média estadual.”, diz o secretário.
O secretário está muito pessimista. Parece que não confia no taco. Será que Itapeva, uma cidade pólo regional, vai precisar de mais um mandato (2009-2012) para encostar a mortalidade infantil na média estadual (13,1 em 2007)?
Meu Deus, quando, então, chegaremos perto do desempenho de cidades vizinhas menores, como Itaberá (4,2), Itararé (7,0), Guapiara (3,2), Itaporanga (9,3 - todas em 2007)?
3) "O problema, diz o secretário municipal de Saúde, está no fato de Itapeva absorver pacientes de toda a região."
Bem, então, esse problema também atingiria outras cidades pólos, que também recebem pacientes da região, das cidades vizinhas. Mas não. Veja: Itapetininga (11,5), Avaré (15,0), Itararé (7,0), Sorocaba (13,5), Tatuí (10,2 ). Nenhuma chega perto da vergonhosa posição (26,6) obtida por Itapeva em 2007.

No entanto, para tirar mais ainda a dúvida, consultei o Atendimento Seade, sobre a alegada inclusão de pacientes de fora. Negativo. O que vale é o "lugar de residência." Leia a resposta da Seade:

"As informações das estatísticas vitais são processadas segundo o lugar de residência. Assim, neste caso em particular, os nascidos vivos e óbitos de menores de um ano são de residentes em Itapeva, ocorridos em qualquer município do Estado de São Paulo."
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