segunda-feira, agosto 18, 2008

Distorção legislativa
Editorial, Folha de S. Paulo

A INFORMAÇÃO de que há vereadores de São Paulo transformando seus escritórios em comitês eleitorais reforça a necessidade de uma revisão nos benefícios concedidos aos legisladores.
Vereadores, neófitos ou veteranos, não se constrangem em afirmar que não enxergam diferença entre seu trabalho como representante público e a sua campanha eleitoral. A confusão se vê nas ruas: há assessores custeados com dinheiro público trabalhando nas campanhas. A prática é disseminada, como a Folha pôde comprovar ao percorrer cerca de 15 comitês.
A mistura de papéis agride o mandato popular, que não pode ser usado para fins privados. Além disso, o uso eleitoral da máquina legislativa distorce a campanha, erigindo uma espécie de cláusula de barreira contra candidatos que não detenham mandato. Quem entra agora na política já larga em desvantagem -e não apenas pelo fato de ser menos conhecido. MAIS
Há cidades por ali e aqui que transformam a própria estrutura da câmara municipal em comitê eleitoral de vereador, não só em período eleitoral, mas durante os 4 anos.
Se o espaço fica pequeno, nomeiam mais "assessores", edificam novo palácio legislativo...
Não tenha dúvida: é por aí que se explica a longevidade de certos vereadores clientelistas.
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