quarta-feira, julho 30, 2008

O fracasso da diplomacia brasileira
Do blog de Carlos Alberto Sardenberg
O colapso de Doha é ruim para a economia mundial. Caiu um acordo que reduziria as restrições ao comércio mundial, sendo certo que quanto mais comércio mais desenvolvimento. E para a diplomacia brasileira, o fracasso é total.

Batizada de diplomacia Sul-Norte, deveria reunir os pobres (incluindo os emergentes) contra os ricos, nessa suposição ideológica de que pobres obviamente são contra ricos.

E por dar prioridade à negociação no âmbito da OMC, a diplomacia brasileira ajudou a enterrar as negociações nas Américas (Alca) e desprezou os acordos bilaterais, usados amplamente por outros países e desdenhados pelo chanceler Celso Amorim, que os chamava de “esses acordinhos”.

Terminou que ficamos sem nada, sem a OMC e sem os acordinhos.
Pior: no momento final da negociação, o Brasil concordou com o texto básico fechado com EUA, União Européia, Japão (ricos) e Austrália (classe média). E com isso se separou dos emergentes, China, Índia, Argentina, África do Sul, que supostamente estariam todos unidos contra os ricos.

Agora, Amorim diz que pode retomar as negociações bilaterais, mas o clima é péssimo. Especialmente porque não negociamos sozinhos e sim com o Mercosul. E a Argentina se sentiu traída pelo Brasil.

Seria difícil imaginar um desastre maior.
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