segunda-feira, junho 09, 2008

TSE analisa o fim do coeficiente eleitoral
Juliano Basile, Valor Econômico

Duas grandes modificações nas regras das eleições municipais deste ano estão em gestação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e deverão ser decididas nos próximos dias: o fim do quociente eleitoral e a inelegibilidade de candidatos com "vida pregressa".

O critério do quociente eleitoral permite que os candidatos coligados a partidos com "puxadores de votos" tenham mais chance de se eleger. Ele faz com que algumas coligações ultrapassem os votos dados à pessoa do candidato. Este sistema cria algumas distorções, pois permite que, com poucas dezenas de votos, alguns candidatos se elejam "na cola" dos chamados "puxadores". Foi o que aconteceu com o Prona, nas eleições de 2002, em São Paulo. O então candidato a deputado federal Enéas Carneiro - já falecido - obteve 1,5 milhão de votos, quantia suficiente para puxar a eleição de mais cinco candidatos de seu partido. Um deles nem morava em São Paulo e outro não obteve nem 300 votos.
MAIS
Se acabarem com o quociente eleitoral, os candidatos laranjas profissionais perderão o prestígio, para o bem da administração pública municipal.
Candidatos laranjas profissionais são candidatos que participam de toda eleição, não para ganhar, mas para ajudar a eleger o dono do partido. Como nenhum dono, via de regra, consegue sozinho atingir o quociente de 5.000 votos, por aí, para se eleger vereador em Itapeva, eles preenchem a chapa de vereadores com laranjas profissionais.
Detalhe: o laranja não pode ter muito voto, senão toma o lugar do dono. Também não pode ser muito ruim de voto, senão não ajuda a eleger o dono.
Por cá, praticamente, cada vereador é dono de um partido.
A disputa pelos laranjas ideais (não muito ruim de voto, nem muito bom) é acirrada.
Que nem no futebol: compra e venda de passes.
Claro, partidos governistas levam tremenda vantagem, pois têm a chave da máquina pública.
Que vantagem leva o laranja?
Não pense, não, que eles são ingênuos.
Pelo contrário, são muito espertos, alguns até furam o cerco e se elegem!
Ah, o que tem de laranja no serviço público não está escrito. Tem setor que é puro laranjal. Haja cargos de confiança para todo mundo. Por cá, há 1.200 cargos de confiança disponíveis!
É isso: eles querem mesmo é emprego público para eles, ou para esposas, ou para filhos e netos.
Laranjas são tratados como estrelas pelos donos de partido!
--Ingênuos?
--Ingênuo é quem paga a conta...

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