sexta-feira, abril 25, 2008

A farra dos vereadores
Villas-Bôas Corrêa, Jornal do Brasil

Em cada câmara municipal, vereadores, muitas vezes mancomunados com servidores, criam e aperfeiçoam esquemas próprios para aumentar a renda pessoal.

O enriquecimento ilícito que é raramente apurado e punido embute um privilégio a mais na penca de vantagens do candidato à reeleição. Além da exposição na mídia, do contato direto com o eleitor que é atendido nos seus em geral humildes pedidos, o candidato engorda a caixa para a campanha. Dinheiro não falta, até sobra.

E de irregularidades e privilégios, a tradicional fonte de renovação dos quadros políticos murcha e seca na mediocridade das reeleições maciças. Os índices de renovação são baixíssimos, chegam a percentagens irrisórias.

Os vereadores com telefones, carros abastecidos de graça, o apoio da máquina municipal quando do esquema do governo, acabam empalmando a média de 70% das cadeiras. Sobra 30% para o rateio dos que sonham com a carreira pública ou estufam os olhos na miragem da ascensão social.

E não há perspectivas à vista de mudanças. Pois a árvore da fortuna dos mandatos é guardada pelos que saboreiam os seus frutos. E formam as correntes do governo e da oposição dos titulares que não largam o osso. Para a conquista de uma vaga nas câmaras municipais, nas assembléias legislativa e no patamar das duas Casas do Congresso, dependendo da equação, governistas e oposicionistas utiizam as mesmas armas e os mesmos argumentos com sinais trocados.
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