quarta-feira, março 12, 2008

"De duas, uma: ou a Abin não está trabalhando bem ou está - e então é o governo que trabalha mal por desprezar o que ela lhe informa.

O Movimento dos Sem Terra (MST) e a chamada Via Campesina invadiram duas vezes desde sábado último a Vale do Rio Doce, a maior empresa brasileira de exploração de minérios. Da última vez, cerca de 800 ativistas bloquearam os trilhos de uma das principais ferrovias da Vale em Minas Gerais, impedindo o transporte de 300 mil toneladas de minério para o porto de Tubarão, no Espírito Santo.

Cerca de 400 ativistas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do MST ocuparam e interromperam ontem as obras da hidrelétrica de Estreito, na divisa do Maranhão com Tocantins. E hoje um grupo de 700 agricultores ligados ao MAB suspenderam a construção da obra do Canal da Integração na região metropolitana de Fortaleza.

A Abin não avisou ao governo com antecedência sobre essas ações planejadas para celebrar a Semana Internacional de Luta Contra as Barragens? Nem sobre a renovada disposição do MST de continuar aprontando como fez hoje ao fechar por três horas o tráfego de veículos nos dois sentidos da rodovia BR-153, município de Promissão, interior de São Paulo?

Se a Abin foi prega de surpresa por tais ações ela é incapaz de fazer, sequer, seu mais elementar dever de casa. Se a Abin alertou o governo e esse nada fez, o problema é mais grave. No mínimo, escancara a cumplicidade do governo com movimentos sociais dispostos a lhe apoiar desde que possam seguir afrontando as leis.
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