ESQUERDA ATRASADA
Editorial, Folha de S. Paulo
NOS ANTIGOS manuais marxistas, era comum insistir-se no descompasso entre a base econômica da sociedade e os fenômenos de sua superestrutura ideológica. Transformações profundas na vida material podem não ser percebidas de imediato; as mentalidades têm inércias que a economia desconhece.
É assim que alguns assuntos parecem sobreviver no debate brasileiro pairando numa espécie de limbo retórico, sem manter quaisquer conexões com o solo econômico e político que lhes poderia dar sustentação.
Qualquer agrupamento político, qualquer centro de discussão ideológica, qualquer organização de base que se disponha, mesmo vagamente, a divergir do famigerado "neoliberalismo" teria, por certo, propostas urgentes a discutir.
Como assegurar o controle das comunidades sobre a prestação de serviços públicos essenciais?
Por que o ensino gratuito é pior do que o ensino pago?
Por que tantos jovens são assassinados na periferia?
Há quem se mobilize, entretanto, para reestatizar a Vale do Rio Doce. Há quem se mobilize, conforme o dia, para defender Renan Calheiros ou distribuir cargos em troca da CPMF. E há quem pense que é "de esquerda" quando faz isso. ÍNTEGRA
Editorial, Folha de S. Paulo
Há quem se mobilize, entretanto, para reestatizar a Vale do Rio Doce. Há quem se mobilize, conforme o dia, para defender Renan Calheiros ou distribuir cargos em troca da CPMF. E há quem pense que é "de esquerda" quando faz isso.
NOS ANTIGOS manuais marxistas, era comum insistir-se no descompasso entre a base econômica da sociedade e os fenômenos de sua superestrutura ideológica. Transformações profundas na vida material podem não ser percebidas de imediato; as mentalidades têm inércias que a economia desconhece.
É assim que alguns assuntos parecem sobreviver no debate brasileiro pairando numa espécie de limbo retórico, sem manter quaisquer conexões com o solo econômico e político que lhes poderia dar sustentação.
Qualquer agrupamento político, qualquer centro de discussão ideológica, qualquer organização de base que se disponha, mesmo vagamente, a divergir do famigerado "neoliberalismo" teria, por certo, propostas urgentes a discutir.
Como assegurar o controle das comunidades sobre a prestação de serviços públicos essenciais?
Por que o ensino gratuito é pior do que o ensino pago?
Por que tantos jovens são assassinados na periferia?
Há quem se mobilize, entretanto, para reestatizar a Vale do Rio Doce. Há quem se mobilize, conforme o dia, para defender Renan Calheiros ou distribuir cargos em troca da CPMF. E há quem pense que é "de esquerda" quando faz isso. ÍNTEGRA
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