1820 - VISITA DE SAIN-HILAIRE
"Por volta de 1800, Saint-Hilaire, influenciado pelo Conde de Luxemburgo, esteve no Brasil. Entre os anos em que permaneceu no país (1816-1820), viajou por muitos lugares: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em sua passagem pela província de São Paulo, pelo trajeto citado anteriormente, o autor alojou-se na cidade de Itapeva. Seus relatos oferecem informações importantes sobre a cidade. Em 1820, de acordo com Saint-Hilaire (1976), a cidade de Itapeva não contava com mais de trinta casas, a maioria delas em mau estado.
CRIAÇÃO DE GADO
O número de escravos era pequeno, não só pelo fato de serem pobres os habitantes da cidade, mas também porque a principal atividade era a criação de gado de forma extensiva, exigindo pouco trabalho. Nessa época, Itapeva fornecia grande quantidade de bois à cidade do Rio Janeiro, o que à primeira vista seria sinal de afluência. Porém, a pobreza era dominante, o que se atribuía ao fato de os proprietários das fazendas não morarem na região, mas sim em outras localidades, como São Paulo e Sorocaba, nas quais aplicavam os seus lucros. O pouco dinheiro que circulava na região era oriundo das tropas que vinham do Sul.
COMUNICAÇÃO COM O MAR NÃO EXPLORADA: IGUAPE
Por outro lado, em 1820, Itapeva contava com uma vantagem: a possibilidade de comunicação com o mar, o que poderia transformar o simples lugarejo num centro importante. Pouco distante de Itapeva situava-se uma cidadezinha chamada Apiaí, a partir da qual era possível chegar ao pequeno porto de Iguape, por via fluvial. Já em 1820 esta via era utilizada para o transporte de sal (necessário aos animais), uma vez que seu custo resultava muito mais baixo do que quando trazido de Sorocaba. Todavia, parece que essa vantagem não teve suas potencialidades bem exploradas.
Na realidade, a população do vilarejo parecia não ter consciência, nem conhecimento suficiente, para fazer uso das potencialidades econômicas da região, algo que não escapou à observação de Saint-Hilaire (1976, p.221):
As pessoas mais ilustres do lugar também vieram ver-me, mas foram poucas as perguntas que me fizeram. Esses homens não tinham nem o espírito nem a curiosidade dos mineiros, mostravam-se alheios a tudo o que se passava no mundo e apenas conseguiam falar das coisas que os cercavam. E muitos dos agricultores do lugar não sabiam nem mesmo a que eu me referia quando lhes perguntava quanto rendia o milho por ano
CICLO DO CAFÉ NÃO DESFRUTADO: GEADAS
Já no ciclo do café, período de grande impulso na economia de São Paulo, principalmente no que diz respeito à gênese da indústria paulista, a atividade correspondente não pôde ser desfrutada por Itapeva e sua região, pois estas apresentavam um inverno rigoroso e, conseqüentemente, não propício à cafeicultura.
Marcadores: Itapeva história, Monografia de Carolina Santos Cavani - Economia de Itapeva
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