CORRUPÇÃO, CENTRÃO E PERPETUAÇÃO DE ESTRUTURAS ARCAICAS
Kenneth Maxwell, na Folha
Os meios da corrupção são bastante conhecidos: pagamentos privados, clandestinos e indiretos, vinculados a transações dúbias e realizados por empresários que se alimentam das verbas públicas. Esse é o cerne do caso contra o senador Renan Calheiros.
Mas o objetivo do governo Lula em todo o episódio era político: como no caso do mensalão, a meta era aprovar legislação fiscal e econômica no Congresso.
No entanto esse tipo de barganha envolve vender a alma ao diabo. E por quê? Porque metodologias antigas e comprovadas como essas esvaziam uma reforma política real.
E essa é também uma história brasileira muito antiga; uma espécie de perverso gênio brasileiro que antecipa as mudanças e, no processo, as impede; por isso, faltam à histórias brasileira verdadeiras rupturas e ela é caracterizada por múltiplas contra-revoluções bem-sucedidas.
É uma característica que, com certeza, garante uma forma de continuidade e de estabilidade morosa. Mas serve também para perpetuar estruturas arcaicas e bloquear o surgimento de um senso coletivo de cidadania responsável, especialmente entre os políticos desprovidos de vergonha. MAIS
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