As ruas, o palácio e o palanque
Luciano Suassuna, IstoÉ
Nunca na história deste país se viu um governo democraticamente eleito tão empenhado em – para usar o jargão dos que enfrentaram o regime militar – “calar a voz das ruas”. Criados na esteira do acidente do Airbus da TAM, os movimentos de protesto contra a inépcia, a burocracia e a corrupção nem bem pisaram as avenidas de algumas capitais e foram fraudulentamente rotulados pelos políticos governistas como se fossem constituídos de almofadinhas burgueses usurpando a dor alheia. O que deveria ser a parte mais visível dessa insatisfação, uma campanha a ser veiculada por emissoras de televisão, sucumbiu em terra, antes de ir ao ar.
Em nenhum momento esses movimentos se declararam animosamente em oposição ao governo ou ao presidente Lula – ao contrário da seqüência “fora Sarney”, “fora Collor” e “fora FHC”, que contou sempre com a simpatia, quando não o engajamento, do PT e seus líderes. Não é porque as ruas foram ocupadas por empresários, tucanos ou uma classe média revoltada com o caos aéreo que a passeata é menos legítima. O direito de protestar nas avenidas não é propriedade, nem prerrogativa, do movimento estudantil, dos sindicatos de trabalhadores ou dos integrantes do MST. MAIS
Luciano Suassuna, IstoÉ
Nunca na história deste país se viu um governo democraticamente eleito tão empenhado em – para usar o jargão dos que enfrentaram o regime militar – “calar a voz das ruas”. Criados na esteira do acidente do Airbus da TAM, os movimentos de protesto contra a inépcia, a burocracia e a corrupção nem bem pisaram as avenidas de algumas capitais e foram fraudulentamente rotulados pelos políticos governistas como se fossem constituídos de almofadinhas burgueses usurpando a dor alheia. O que deveria ser a parte mais visível dessa insatisfação, uma campanha a ser veiculada por emissoras de televisão, sucumbiu em terra, antes de ir ao ar.
Em nenhum momento esses movimentos se declararam animosamente em oposição ao governo ou ao presidente Lula – ao contrário da seqüência “fora Sarney”, “fora Collor” e “fora FHC”, que contou sempre com a simpatia, quando não o engajamento, do PT e seus líderes. Não é porque as ruas foram ocupadas por empresários, tucanos ou uma classe média revoltada com o caos aéreo que a passeata é menos legítima. O direito de protestar nas avenidas não é propriedade, nem prerrogativa, do movimento estudantil, dos sindicatos de trabalhadores ou dos integrantes do MST. MAIS
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