Como evitar a corrupção
Jornal do Brasil
Victor José Faccioni, presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil
Primeiro, sabendo de onde ela pode provir. A corrupção existe em todo o mundo. Trata-se de vírus corrosivo da sociedade, que acompanha a espécie humana desde Adão e Eva. Assim, do terceiro ao primeiro mundo, apenas varia o grau de intensidade da corrupção, mercê da educação e cultura de seu povo, da participação da sociedade organizada, da eficácia maior ou menor do seu sistema de controle público e do combate à impunidade. Do Japão, do primeiro mundo, com toda a modernidade tecnológica de seu sistema de controle, veio recente notícia de suicídio do ministro da Agricultura, flagrado por corrupção.
Jornal do Brasil
Victor José Faccioni, presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil
Primeiro, sabendo de onde ela pode provir. A corrupção existe em todo o mundo. Trata-se de vírus corrosivo da sociedade, que acompanha a espécie humana desde Adão e Eva. Assim, do terceiro ao primeiro mundo, apenas varia o grau de intensidade da corrupção, mercê da educação e cultura de seu povo, da participação da sociedade organizada, da eficácia maior ou menor do seu sistema de controle público e do combate à impunidade. Do Japão, do primeiro mundo, com toda a modernidade tecnológica de seu sistema de controle, veio recente notícia de suicídio do ministro da Agricultura, flagrado por corrupção.
Trata-se, pois, de uma corrida na qual a sociedade precisa confiar e estimular a modernização e aperfeiçoamento de seu sistema de controle público. O mesmo ocorre nas empresas privadas, com a perda do controle acionário, ou que vão à falência sem um moderno e perfeito controle de contas, a exemplo da multinacional Enron, nos Estados Unidos, que teve a conivência de seu sistema de auditoria privada, via controladores "independentes".
Então, trata-se de vírus que acompanha o homem, não só na vida e administração pública, pois já começa na sua vida privada e continua incubado, agindo tanto na vida privada quanto na pública, e expressando-se, via de regra, na dualidade das figuras do corrupto e do corruptor.
As nações com menor índice de corrupção são as que têm o maior número de auditores fiscais formados e treinados. Já o Brasil, que segundo o Forum Econômico Mundial ostenta um dos mais elevados índices de corrupção, se quiser alcançar os mesmos índices da Dinamarca e Holanda, precisaria formar e treinar mais 160 mil auditores.
O farto noticiário da imprensa nacional sobre fraudes e corrupção não só escandaliza o país, como também clama a novas medidas e ações preventivas. Neste momento está em andamento em nosso país, no entanto, um processo de modernização e aperfeiçoamento dos tribunais de contas, na sua ação específica de controle e combate à corrupção.
Trata-se do Programa Nacional de Modernização do Sistema de Controle das Contas Públicas (Promoex), o qual, em convênio entre a Atricon (Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil), os tribunais de contas, o Instituto Ruy Barbosa (IRB) e o governo federal, por meio do Ministério do Planejamento, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), busca o aproveitamento da melhor tecnologia e o emprego de ações mais eficazes no combate aos ilícitos na gestão pública. Nesta tarefa estarão envolvidos também o Ministério Público e o Judiciário.
No que diz respeito ao combate à corrupção, oportuno igualmente rever eventuais brechas da legislação que estejam viabilizando a impunidade.
Excelente artigo! Lembre-se do tripé da boa administração: planejamento, execução e controle. Há três tipos de controle: interno (a própria instituição se fiscaliza), externo (fiscalização por instituição independente) e social - feito pela sociedade.
Marcadores: Prevenção da corrupção
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