quinta-feira, maio 17, 2007

Lembra da Operação Furacão? Pois é, virou coisa de ontem. A fila de perversões já andou.
Mais escandalosa do que um novo escândalo, é a insuportável reiteração de escândalos. Um atropelando outro, uns se desdobrando em outros. A reincidência dos crimes é a mais eloqüente evidência do ilógico político que enreda o país.
Fica-se com a benfazeja impressão de que os transgressores estão sendo desmascarados.
Mas a repetição absurda deixa uma sensação de cansaço, de que não adianta. Resta a incômoda constatação de que reina no Brasil a inconseqüência. Ninguém paga por nada. Ora livram-se na Justiça ora são salvos pelo voto. Ninguém parece ter biografia. Ou, por outra, todo mundo é eterno candidato à reabsolvição. As urnas conferem às almas delituosas o direito à eterna regeneração. Os crimes do poder, entre nós, não acabam em castigo.
A cada prefeito, deputado, governador, policial ou magistrado pilhado em malfeitorias se seguirão outros. A um empresário comprador de facilidades sobrevirá outro. Leia mais no blog do Josias
Uma das principais tarefas de um criador de vacas é fazer e reformar cercas. Fazendeiros sabem que é da natureza de bois e vacas pularem cerca. Daí que não ficam reclamando da natureza das vacas, nem tentando inventar uma "vaca nova" que não pule cerca.
Cadê as "cercas" da administração pública brasileira que cerque a natureza gananciosa de homens e mulheres? Por onde se vai, só vê cercas caídas, palanques pobres e quebrados, arames velhos e enferrujados. Um convite para "pular".
Cadê rapidez na Justiça (que é o palanque-mestre)?
Cadê transparência para o povo ver onde precisa cercar?
Cadê "poderes independentes" para "poder controlar poder", para Legislativo controlar Executivo?
Meus caros, sem cercas, os pulos continuarão livres, livres. É da natureza...
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