REPÚBLICA – REPRESENTANTES ELEITOS, FIDELIDADE E TRAIÇÃO AO POVO
Ao final de longo e amplo debate (nos meios de comunicação, nas praças públicas, nos sindicatos e organismos da sociedade), o povo decide dar maioria a certos partidos, com isso apoiando seu programa, seus planos e projetos. E os membros dos partidos que são eleitos reputam-se os mais representativos das idéias aprovadas pelo povo.
Os mandatos conferidos obrigam politicamente os eleitos a agir em benefício das teses, fórmulas e diretrizes que pregaram, razão de terem merecido a escolha (eleição) popular.
Os mandatários (representantes eleitos) que se desviem dos termos do mandato (rumos desejados pelo povo) receberão a censura e desaprovação do povo, mediante sua não reeleição. Daí a importância da periodicidade. Esta funciona como estímulo a que o representante seja fiel aos desejos dos representados. A constante renovação dos mandatos – conseqüência dos períodos breves para sua duração – é a melhor garantia da fidelidade dos mandatários.
Da intensa e ampla discussão típica das campanhas eleitorais resultam claros e nítidos os desejos populares. Essa discussão deve ser conduzida pedagogicamente pelos partidos e seus representantes, de modo a permitir não só identificar com rigor quais as principais diretrizes populares, como ainda estabelecer com nitidez a hierarquia entre elas (diretrizes).
É traição ao povo – e, pois, negação da democracia – consagrar apenas retoricamente os princípios popularmente fixados e, ulteriormente, estabelecer regras que os esvaziem, emasculem ou contravenham.
Geraldo Ataliba em República e Constituição, 2ª edição, pág. 14/15 (leia mais trechos do autor clicando no marcador abaixo)
Mas os falsos republicanos são espertos, espertalhões: para impedir o bom funcionamento da democracia (que certamente os excluiria do mapa político) não perdem tempo. Exemplos de ação dos falsos republicanos:
1-Manter o povo desinformado/dificultar a circulação de informações. Daí o déficit de transparência, as ameaças à liberdade de imprensa, as críticas e tentativas de desmoralização da imprensa que divulga notícias desagradáveis ("imprensa burguesa", "esquerdista" etc).
2-Desenvolvimento de espécie de vacina que os imuniza contra o castigo da não reeleição: votos cativos, "consquistados" por uma infinidade de modos e truques.
Métodos e vacinas sempre criticados pela oposição, mas sempre utilizadas e "aperfeiçoados" pelos que conquistam o poder.
Marcadores: Autor Geraldo Ataliba, Ciência Política Representantes
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