Preguiça federal e a prioridade: um desrespeito à independência dos Poderes, pilar da democracia

Antônio Machado, no Correio Braziliense: "À distância, no curto recesso durante o qual se iniciou o segundo mandato do presidente Lula, mas não seu governo, o que se enxerga da política brasileira é ainda mais perturbador que a visão de seu dia-a-dia.

As condições econômicas e sociais do país, como destaca a atual edição do The Economist, semanário de maior influência em todo mundo, são as “mais favoráveis e auspiciosas da história”. E, no entanto, ou apesar disso, nada há no horizonte além das nuvens.

(...)

Prioritário seria o desenlace do processo de eleição dos presidentes da Câmara, em que se digladiam dois expoentes da base governista, e do Senado, considerada pelo governo como vital e antecedente à formação do novo ministério.

Não importa que as duas Casas do Congresso representem poderes autônomos.

Já no caso da atual eleição das Casas do Congresso há um pouco de tudo e é ostensiva a participação do presidente. O que mais agride é a subserviência dos candidatos: não se avexam de serem ajudantes de ordens do Executivo. Também inquieta a falta de reação contra a intromissão de um poder sobre outro — à exceção da minoria de parlamentares que tenta construir uma terceira via... (AQUI)