terça-feira, janeiro 23, 2007

MAU EXEMPLO: INSPIRADA NO CAMELÓDRAMO DE ITAPEVA, VEREADORA QUER FAZER UM EM CAPÃO BONITO

A vereadora Léa Regina Prado de Oliveira sugeriu em dezembro, através do requerimento nº. 471/06, que o Executivo estude a viabilidade de criar um espaço destinado aos camelôs da cidade.Segundo a vereadora, o camelódromo seguiria modelos já existentes em Itapeva e outras cidades da região. A criação do espaço também resolverá a precariedade de instalação dos vendedores, que ficam com as barracas em cima da calçada da rua Saldanha Marinho, ao lado do Mercado Municipal.(O EXPRESSO)

Veja como são as coisas. Gostemos ou não, o sistema funciona assim (nas democracias): a) liberdade de iniciativa para os empreendedores montar negócios, produzirem, trabalharem, ganharem a vida; b) em contrapartida, empresários e trabalhadores pagam impostos (pesados!) para o governo cuidar da educação, da saúde, da infra-estrutura, e dos mais pobres. Tudo conforme normas impessoais, que valem para todo mundo. Como se vê, mercado e governo se completam.

O sistema é funcional porque há uma convergência de interesses. Todos ganham com a economia azeitada, produzindo o máximo possível, com livre concorrência. Empresários terão mais lucro e ampliarão os negócios, as fábricas. Consumidores terão mais opção de consumo e preço. Trabalhadores terão mais empregos e melhores salários, com explica a lei da oferta e procura. Governos receberão mais impostos para cuidar do que deve ser cuidado. Também todos ganham com a existênica de governo correto e eficaz.


Daí que camelódramo é a negação de tudo isso. Camelôs não pagam impostos, a higiene é complicada. Os produtos "importados" (cigarro, cd etc) roubam empregos nacionais. No limite, se todos se comportarem como os camelôs, seria o caos, os governos ficariam sem arrecadação, teriam que fechar escolas, postos de saúde.

Comelódramo feito com recursos de prefeitura é duplo absurdo, é iniciativa de quem não tem mínima idéia de como funciona a sociedade (ou de espertos). É usar dinheiro público para privilegiar poucos, em prejuízo da comunidade.


O Brasil é assim: para os politicamente independentes: impostos e exigências. Para os potenciais cabos eleitorais: camelódramos isentos!

PS-1: Vereadores gostam de Camelódramo porque, como todo favor, cria feudo, votos cativos.


PS-2: É interessante notar que a Associação Comercial, que existe justamente para defender os comerciantes legalizados, não fala nada, não reclama. Por que será?
Itapeva está dando mau exemplo.
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