LULA E OS APLAUSOS FÁCEIS
"Em lugar dos R$ 367 defendidos na Fazenda e no Planejamento, ou dos R$ 375 dados como certos, abraçou os R$ 380 e os aplausos fáceis.
Ninguém nega a necessidade e a urgência de redistribuir renda no Brasil. Daí não decorre que um governante esteja obrigado a pautar cada uma de suas decisões apenas e tão-somente por tal critério, sem ponderar a miríade de efeitos não-pretendidos que a máquina complexa da macroeconomia pode desencadear.
Uma nesga de visão estratégica lhe permitiria enxergar que novos e sólidos avanços distributivos dependerão de recompor a capacidade de investimento do país, não da perpetuação de donativos sem lastro orçamentário.
A política de recuperação do salário mínimo vem de longe. De abril de 1995 a abril deste ano, registrou aumento real de 44%. O valor nominal progrediu de R$ 100 para R$ 350 nesse período. Paralelamente à elevação dessa e de outras despesas, veio definhando o investimento do setor público, uma das poucas variáveis passíveis de compressão.
Lula quer ver o país crescer 5% anuais, a qualquer custo, mas persiste no vício de solapar diuturnamente os planos que nem mesmo consegue pôr de pé." EDITORIAL DA FOLHA
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