quinta-feira, novembro 09, 2006

NOVO CENTRÃO

Malu Delgado, na Folha:
"O novo "centrão" que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva almeja construir no segundo mandato, desta vez com quase a totalidade do PMDB, esbarra num vício de origem que preocupa sobretudo "o lado esquerdo" da coalizão e analistas políticos: estarão todos juntos, do PC do B ao PP, para defender exatamente qual projeto?
A julgar pela ânsia já demonstrada por partidos como PP e PTB nos primeiros contatos com o presidente, a preocupação central de boa parte dos aliados de Lula permanece sendo o fatiamento do poder.
"É preciso prioridade para programas a partir de metas, de um plano, de onde se quer chegar. Se não existe isso, todas as palavras são vazias. No momento, o que é visível é uma luta por cargos, simplesmente", disse o cientista político Leôncio Martins Rodrigues.
"De fato é um "centrão'", afirma o cientista político Lúcio Rennó, da UnB. Porém, acrescenta, um "centrão" sem objetivo programático claro, unido só pela idéia de que é preciso mais crescimento e desenvolvimento. "Me parece que não há propostas bem definidas." ÍNTEGRA
Coalizões partidárias são feitas para conseguir maioria para implantar e sustentar um programa comum de governo. É o programa comum que une os partidos. Os partidos participantes obviamente ficam comprometidos com o desempenho do programa. Porque é o desempenho do governo que vai garantir, ou não, a reeleição.
No Brasil, é o contrário. O apoio é dado mais para a "defesa" do governo (nas CPIs, por exemplo) em troca de inúmeros cargos e quetais. São os cargos que vão garantir a próxima reeleição dos deputados, independentemente do desempenho do governo. Daí que partidos/deputados "coligados" não se preocupam com o programa de governo, muito menos se comprometem com ele.
É assim nos municípios. São esses "métodos" que garantem reeleições seguidas de vereadores. Tais vereadores não dependem do bom desempenho da administração municipal. Pelo contrário, quanto mais bagunçada melhor para eles. Posto que se reelegem com empregos públicos e outros favores que conseguem para eleitores cativos.
Bem por isso eles apóiam (ou melhor, defendem) o prefeito de plantão, enquanto puderem tirar proveito.
Depois...depois é outra história. Brugnaro e Wilmar que o digam.
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